terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Meu cantinho: Reviver

Meu cantinho: Reviver: "Casa pintada, de taipa, casa antigaDe lembranças vividasDe recomeços ambíguosDe licitações concretasDe limites interpostosDe alegria sem fim..."

Reviver






Reviver 


Casa pintada, de taipa, casa antiga
De lembranças vividas
De recomeços ambíguos
De licitações concretas
De limites interpostos
De alegria sem fim
De pensamentos ilusórios
Que flutuam em nosso jardim
De pensamentos desatados
Que se elevam no coração
Seja de pedra, pérola ou ilusão
Atadas num só redemoinho
De sonhos recentes
De sonhos eternos
Vividos ou recomeçados
Entre lembranças e saudades
Desafios sentidos em cada estopim
De champanhe
De vinho
De cerveja
De sabedoria
Interligam-se em um pensamento só
De ilusão
De lentidão
De imaginação
De pureza
De amor
Estreitos abraços que enlaçam todos
Num tempo de solidez
Dizendo adeus a estupidez
Neste oásis de infindos amores.

Este foi o meu poema que concorreu ao concurso nacional de POESIA EM MOVIMENTO, não foi vencedor, mas só ter participado foi uma grande vitória está ao lado de poetas brasileiros já consagrados .
                                                                            Margarida Cabral



terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Coração Teimoso

Ah! coração deixa-me viver
Não acelera tão forte
Diminui o ritmo  do teu pulsar
Entra no compasso, e faz-me sonhar
Com a família
Com os filhos
Com os amigos
Com nossos animais
Não seja lerdo
Nem tão pouco confesso
Segue teu ritmo em passos uniformes
Toma jeito coração teimoso
Fujas das paradas inconsequentes
Será que sairia do túnel novamente...
Toma jeito
Segue teu rumo
Longe das condições tempestuosas
Temos muito a viver e sonhar

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ilusões

Amor incutido
Temido que incendeia nossa alma
Sem pedi licença para entrar

Devasta nosso cabelo
Destrói nossos pêlos sem pensar
Gritar por liberdade
Sem assumir a identidade

Glamour de uma vida incessante
Sem ternura, porém brilhante
De tanto tentar

Chegar perto sem assumir
Ficar distante sem desistir
Não se cansa e continua a lutar
Luta pelo ser pensante que esta tão distante
E ficamos a imaginar
No bosque, praia , multidão
Continuamos a te buscar
Trazer para este clima contagiante que anima até quem nunca esteve lá.

Margarida Cabral

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Delírios

Hoje no meu viver
Será mais um desafio
De esperanças remotas
Que nos faz delirar
Entre mares e montes
Que nos faz sonhar
No prazer do caminhar
Neste retorno de repensar
No amanhã
No até breve
Nas circunstâncias intercaladas
Quantos vão se aglutinar
Neste exímio retornar
Apreensões sentidas
Que pairam em nossas vidas
O eco a ressoar
O firmamento desagua em nossos pensamentos ilusórios

Oitenta Anos

Anos de florecer
De estima
De querer
Sem aventuras
Com bravura
De todo teu ser

Ser que caminhas
Sempre com luz
Trazendo bondade
Sem adversidade
Querendo sempre o bem

O bem buscado
Com dignidade e altivez
Tão bem repassado
E assimilado  por nós

Hoje caminhas  com esperteza
No teu apogeu de nobreza
Com tanta realeza
Nunca invejastes ninguém

domingo, 14 de novembro de 2010

Meu cantinho: Olhos

Meu cantinho: Olhos: "Olhos que já tive Tão acanhados sem vibração Olhos que tenho com entusiasmo Que refletem em meu rosto com tanto fervor Sem senti medo de..."

sábado, 13 de novembro de 2010

Olhos

Olhos que já tive

Tão acanhados sem vibração

Olhos que tenho com entusiasmo

Que refletem em meu rosto com tanto fervor

Sem senti medo de exibi-lo

Olhos que me guiam incendeiam o meu ser

Transbordam alegria sem temer

Sentir o belo renascendo a cada dia

Uma transformação sem ilusão

De carisma e viver

Vendo os meus olhos exuberantes neste meu caminhar

De luz, reflexão sem excitar

Trazendo o novo e o belo para nos acompanhar

Diante das incertezas que a vida nos dá

Sem obstruir o tempo

Continuo a imaginar


Margarida Cabral

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Natal

Entre amigos,
Entre irmãos
Todos unidos por uma razão
Natal de intimidades
De lazer
De quererdes com   união
Natal de florescer
Sem comédia
Sem trapos
Sem ralo
Natal de aventuras
Com coerência
Com união
Com laços entrelaçados
braços fortes
Aonde todos se dão as mãos.


sábado, 30 de outubro de 2010

Textos Literários

Textos Literários

A tuberculose, a poética e literatura no Brasil

A tuberculose, a poética e literatura no Brasil

15/10/2010

A poética no Brasil por todo o tempo até o final da primeira metade deste século está quase toda impregnada pela tuberculose. Passa de 40 a relação dos vates vitimados pela tuberculose, entre os notórios e os menos conhecidos. A imensa maioria faleceu entre os 21 a 35 anos de idade. Eram jornalistas, advogados, rábulas, funcionários públicos, todos boêmios vivendo a noite nos bares, botequins, discutindo, bebendo e fazendo versos. Poetas pré-românticos, românticos, parnasianos e modernistas, conforme seu temperamento e evolução da doença, extravasaram seus sentimentos, uns sarcásticos, amargos, outros romantizando seus sofrimentos e outros ainda, fleugmáticos, ironizando sua sorte.

Seguem alguns trechos de poemas sobre a tuberculose, doença chamada de “mal do século”, e, ao final, o famoso Pneumotórax, de Manuel Bandeira, na íntegra.

Eu sei que vou morrer... dentro do meu peito
um mal terrível me devora a vida.
Triste Assaverus, que no fim da estrada
só tem por braços uma cruz erguida
Sou o cipreste qu'inda mesmo florido
Sombra da morte no ramal encerra!
Vivo - que vaga entre o chão dos mortos,
Morto - entre os vivos a vagar na Terra.
Castro Alves – Mocidade e Morte


A febre me queima a fronte
E dos túmulos a aragem
Roça-me a pálida face
Mas no delírio e na febre
Sempre teu rosto contemplo.
Eu sofro; o corpo padece
E minh'alma se estremece
Ouvindo o dobrar de um sino.
Casimiro de Abreu – No Leito


Falar somente uma linguagem rouca,
Um português cansado e incompreensível,
Vomitar o pulmão na noite horrível
Em que se deita sangue pela boca!
Expulsar aos bocados, a existência
Numa bacia automata de barro
Alucinado, vendo em cada escarro
O retrato da própria consciência...
Augusto dos Anjos – Os doentes

Noutros tempos a morte
Tinha asas e voava
Hoje ela me veio
Montando um cavalo
E eu irei na garupa
Numa viagem veloz
Putupum, putupum
Onde eu compro a passagem
No meu leito de doente
Para o país sossegado
País louro da morte
Onde um pulmão escavado
Serve de passaporte,
Putupum, putupum
É um país sossegado
Que não tem hemoptise;
É uma terra decente,
Sem escarros no chão,
Putupum, putupum. País sem suores frios,
Sem cadeiras de lona,
Sem bacilos de Koch
Putupum, putupum
E onde o vil pneumotórax
Por certo é ignorado
Putupum, putupum
Putupum.
Jamil Almansur Haddad – Tuberculose galopante


Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos,
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
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Mandou chamar o médico:
- Diga trinta e três.
- Trinta e três... trinta e três... trinta e três...
- Respire.
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- O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
Pneumotórax – Manuel Bandeira

Os trechos são citados no artigo de José Rosemberg Tuberculose - Aspectos históricos, realidades, seu romantismo e transculturação. Boletim de Pneumologia Sanitária, v.7 n.2 Rio de Janeiro.

Meu cantinho: Literatura Poética

Meu cantinho: Literatura Poética

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

REFÚGIO

Refúgio 
Segmentos que atropelam nosso caminhar
Sem direcionar o tempo de chegar
Sem enredos para reflexões
Aglutinar o belo sem exibições

Sentir a aurora da vida ao acordar
Desamores sentidos incontidos em nosso viver
De glória, ânimo e esplendor
Sentimentos que ficam albergados em nosso ser
Que estimula a luz, ilumina nosso coração
Dando sustentação ao nosso caminhar
De fúria, calmaria e paixão

Que adormecem em nosso espírito sem competição
Para com o mundo, a vida buscando forças para interagir
Entrelaças em  nosso querer
Sem mágoas com emoção
Que glorificam nosso eu sem nada temer
Configurações presentes de sentir
Que incorporam nosso ego com amor.





Carinhoso (Pixinguinha/Braguinha)

Olhar interior