Olhar felino

Olhos de felinos

Que espanto de olhar

Podem ser verdes, azuis, amarelos ...

É só imaginar a profundeza do olhar

Hiptinozador, longínquo, por vezes assustador

Absorve aos poucos o ser

Com raízes a disseminar

Como se diz de corpo e alma




Margarida Cabral

Cânticos de vida

Quem sou eu diante do acalanto da noite 

 Refugiar-se no clarão do dia

Sem prender - se pela  fantasia

A espera de cânticos

Que ecoam límpidos sem disfarces

Na solidão da mata

No lugarejo distante

Que fica bem ali atrás do monte

Fazendo curva na estrada

Indo de encontro a cachoeira na beira do caminho

Ouvindo o canto da passarada

Que alegra a nostalgia até fazer ecos de felicidade

Subindo o monte no ápice do entardecer

Revigoro a alma dando continuidade ao dia

Sem clamor ou agonia



                Margarida Cabral

Encontro

A sombra do amanhecer ao meu lado
No raiar do dia no florescer dos raios de sol
Emitindo brilhos de esperanças
Que se aglutina a cada passagem
Dando evasão aos sonhos e desejos
Por vezes distraem-se no percurso da caminhada
No fluir do tempo que parecia adormecido
 Voltar a se encontrar
Entre laços de fitas unindo os espaços
De lembranças que fertilizam cada passagem
Colorindo de desejos o viver

Margarida Cabral

Poesia

Poesia do dia do poeta


Poesia é meu eco

Poesia é o meu caminhar
Poesia é um refúgio que não quero apagar

Poesia é meu  o corpo a minha alma o meu coração

Poesia é a canção a delirar

Poesia é a relva

Poesia é um jardim de flor

Poesia é a esperança de amor

Poesia do tempo

Poesia de ilusão

Poesia de delírios

Poesia de paixão

Poesia é a fonte de vida

Que fica guardada na linha do coração...



Margarida Cabral

Vida

Sinto o tempo exaurindo

Sigo sem nenhum termor

Com riso a lumiar

A estrada por onde ela for

Seja de pedra ou pequenos pedregulhos

Visto um disfarce e sigo o caminho

De alvorada a cada amanhecer

Enaltecendo todo o meu ser

Com sentimentos verdadeiros

Valorizando o viver



Margarida Cabral