domingo, 27 de dezembro de 2020

Tempo

 

Tempo  

Tempo que passa faz uma ancoragem 
Me calça 
Me veste
Me despir 
Faz uma  zoeira  
Sem da trela aos sentidos 
Aguça os ouvidos 
Ao som da alma
Que fala verdadeira 
Sem se conter da lágrima 
Se veste de calma
A exalar o cheiro de jasmim 
Do campo florido
Da noite sem fim
Me despeço por inteiro
Por trás de um sorriso 
Sem escorrer a lágrima 
Que ficou contida no berço do coração

Margarida Cabral  

sábado, 26 de dezembro de 2020

Natal diferente

 



Estou aqui no meio do nada 

No meio do tudo

Diga sim a você 

Se vista nos ares da estação que habita seu coração 

Escute os sinos

Feito cânticos que soam no jardim 

A ecoar no coração como uma miscelânea de vontades

De amor

Respeito

Dignidade

A si e ao próximo 

Aurora do tempo  figura  no semblante de mim

Na licitude  do chão 

Aclamado bendito 

Na contramão do tempo 

Tudo transparece ter sentido

A evoluir no coração 

Sem lástima ou ilusão 


Margarida Cabral