quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Memória




Do amor vivido

Que ficou contido

No largo coração

Que não foi confundido

Com nenhuma encenação

De gestos singulares

Sem simulação

Diante dos suspiros

Venceu a tentação

Sem armazenar rancor e ostentação



Margarida Cabral

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Ponto luminoso



Estrela cadente

Luz do luar

Desejos incontidos

Tento ocultar

Do tempo

Da estrada

Das pedras

Não quero

Tropeçar

Do agito da encruzilhada

Tento desviar

Da paisagem apagada

Da folha de papel

Que se torna um borrão fusco
A transparecer
Um ponto luminoso









Margarida Cabral

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Infinito

Infinito


Cânticos de louvores a ecoar

No silêncio da tarde adormecida

As cores se renovam no ar

Com ares de primavera

A colorir o infinito céu

Fazendo uma aquarela se mostrar

Com diversos tons a sensibilizar o olhar

Aguçando os sentimentos

Que pareciam adormecidos

Energizado com amor

Em todas as cores na sua maestria

Fazendo o mar sofrer uma transformação

Parecendo ser um vasto jarro

de flores


Margarida Cabral

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Você



Quando penso em você
Tudo estremece
O mundo enlouquece
Tudo paras
A vida passa
As veias pulsam
A terra treme
O mar transborda
A neve derrete
Tudo fica mais lindo
Com você
O estímulo chega
Não existe trapaça
Tudo se torna límpido
A noite é clara
O dia brilha
A madrugada é quente
O chão é firme
Com você

    Margarida Cabral 

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Olhar discreto



Olhar discreto 



Espiar longínquo com discrição

Sobre a janela da solidão

Com alternância de ilusão

Percorre a rua desnuda passo a passo

Querendo incultir o alvorecer

Transbordando de ternura o amanhecer

Que se torna tão glorioso como o anoitecer

Névoa branca que enche de lembrança a memória da recordação

Tão viva de cores a fantasiar o coração

Num tênue olhar de descrição


Margarida Cabral

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Renovação



 Vejo e sinto

O ensaio do tempo passar

O semblante vai se modificando

Trocando a veste velha por outra mais nova

Que vai ficando mais visível ao olhar

Das rugas atenuadas

Do caminhar com cautela

Da luz do espírito a brilhar

De ver a aquarela a passar

Sem temor do vivenciar

Renovar cada dia com alegria

De sentimentos novos sem adormece-los

Fitar a estrada e caminhar

Um tropeço aqui outro acolá

Mas segui firme e acreditar

Na firmeza do tempo

E continue a se aventurar


Margarida Cabral

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Silêncio

Silêncio 



Quieto tempo

Refúgio do mar

Acalanto que desliza nas ondas

Num sublime olhar

Na chama que se ascende no interior

E se veste de glamour

Até chuvisca para renascer

E silencia sem entender

Alvorada de luz que me leva a algum lugar

De vestes macias

Atenuando o calor do dia

No entardecer da calmaria

O arco-íris fico a admirar





Margarida Cabral

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Vazio




Busque o tempo

Encontre o olhar

Na imensidão no espaço pode até achar

Nos escombros do leito

No largo da rua

No refúgio da praça

No canteiro da calçada

No florescer do Jardim

Pode estar dentro de mim

Acorda suspiro adormecido

Que delira no clarão da lua

Sem vestígios de ilusão

Tudo bem pensado com o florescer do coração


Margarida Cabral

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Lágrima




O solo encharcado com a poeira do vento

E meus olhos a lacrimejar lágrimas de poeira

Que resistiram ao tempo

Sem descontentar os sentimentos que fizeram parte dos pensamentos

Fazendo morada no meu coração

As gotículas que caíram foram se solidificando

Com o espaçar do tempo foram se diluindo transformando-se num colorido jardim

Se ramificando feito um véu de flores

Servindo de sustentação ao bem querer

Dando euforia ao viver


Margarida Cabral

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Espera




Aguardo no silêncio

Da mansidão

Dando trégua ao tempo

Na espera da explosão

Que pode ser de gestos

Da linguagem

Do espiar longínquo

Açoitando o vazio da estrada

De vez em quando dou uma olhada na encruzilhada

Querendo ver até uma miragem

No deserto da solidão

Mas a nuvem vem de passagem fazendo respingar no coração

Dando um brilho na caminhada


Margarida Cabral

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Canteiro


Canteiro 

Sinto longe o olhar

Da leveza

Do arrepio

Da ternura

Do abraço

Dos caminhos

Quanto florescer

Que se aglutinaram

Na correnteza do vento

Que se agasalharam

No único nevoeiro

Remanso do tempo

Que se afugenta no terreiro

Num sublime canteiro


Margarida Cabral

Primavera







Primavera de caminhos floridos venho te encontrar
Para vivenciar este período de completo florescer
Deixem as rosas invadirem você
Não só o corpo, mas a alma, o coração
Se envolva com ternura e emoção
Espalhe as rosas
Doai rosas agregadas ao amor
Nem precisa ser atada ao laço de fita distribua-as
Ao seu amigo
Ao seu irmão
Faça uma corrente de rosas
Deixem flutuarem na ternura que mora no coração
Façam desembocarem entre rios e mares
Levadas pela correnteza que habita em teu ser
Que elas irão se desabrochando por onde passarem
Incumbidas de renovação
Que exalam vínculos de amizades e amores
Façam transparecerem com muita energia
Que vigore a cada dia como um caminho de flores

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