quarta-feira, 29 de junho de 2022

Luz do tempo


 Luz do tempo 


Nuance aveludada que sombreia o horizonte 
No alicerce corriqueiro 
Da florada exuberante
Que dissipa aromas a  nocautear os sentidos 
Vou seguindo a imperatriz do tempo 
A se embelezar a cada momento 
No ritmo atordoante   
No deslizar das águas a se debruçar aos sentimentos 
Que às vezes ficam enfileirados na porta do  coração  
Que se espreita no engaitinhar manso
Dando tonalidades diversas de satisfação 
Ao esmero tempo 
Que não ficou adormecido 
Aos poucos teve sua exuberância 
Sem disfarce 
Eclodindo do bravo chão 



Margarida Cabral 

domingo, 19 de junho de 2022

Existência


 Existência 


Vozeio, grito
Quero me ouvir 
No dilema de cada momento 
Desejo o ouvido aguçado 
Na esperança da escuta 
A ouvir de todos os lados 
Palavras que pareçam brandas 
Que denotam melodias 
No espanto de cada dia 
Na correnteza do ressurgir 
Pode ser até um dia frio
Indo de encontro ao calor do povo
Que se espalhassem na multidão 
Em busca de chão 
Que cause solução 
Sem ser adivinhação 
Na crença do bom viver
No existir da essência de cada um
Que não deseja flutuação 
Mas no concretizar das ações 
Proveitosas e virtuosas 

Margarida Cabral 

sexta-feira, 10 de junho de 2022

Aniversário


 Aniversário 


Suspiro de vida 
Como é  bom sentir 
Se admirar a si mesmo 
Na simplicidade do cotidiano 
Que grita
Que clama
Por mais um ano vencido 
Sentido com tanta emoção 
No apreço do dia a dia
Vou labutando com fé 
Agradecendo a Deus pela passagem do tempo 
No encantamento do dia com tanta luminosidade 
Na negritude da noite que te ampara
E segue seguindo teu tino 
Agarinhando sementes 
Que aos poucos foram distribuídas pelos caminhos 
Nos dias de sol
De chuva
De solidão 
De esperança 
De alegria 
No viver de cada momento se abrace 
Não deixe o queixume fazer parte da tua vida 
Se apegue ao orvalho de cada manhã
No renovar constante de cada dia

Margarida Cabral 




quinta-feira, 2 de junho de 2022

Casa


 Casa



Casa do tempo quero chegar 
Encanto moído 
Que solta farpas pelo caminho 
Me permite caminhar 
Em atrito com os pés 
Ao chão 
Impulsionados pela leveza dos dendritos 
Assoalho que evapora na pisada
Da casa seca, 
Da casa molhada ,
Da casa florida e abençoada 
Longe posso até ficar
Mas a saudade habita o mesmo lugar
Da lembrança d' água da cacimba 
Do leite com chocolate tirado do peito da vaca
Do entardecer espiando o curral 
Sinto um aberto no peito só em lembrar 
Dos tempos dourados que enfeitaram parte da vida
Mirava o pôr do sol até o último fio amarelo 
Esperava surgir a noite com o céu estrelado
E aos poucos ia adormecendo junto ao cobertor 

Margarida Cabral