quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Tempo de pandemia


Tempo de pandemia 

Assobio do tempo  
Que leva ao encontro passageiro 
Do cantar, caminhar na vertigem 
A espera dos grãos 
Que aos poucos se soltam das mãos 
Indo de uma escala decrescente de valores
Vagando na mercê do poder
No agito do ser 
Que em sua riqueza de ilusões só tem a calmaria do aguardo
No tempo 
No até chegar 
Na esperança que logo vai passar
No contar corriqueiro de cada dia
Que algumas vezes se alterna em esperança e melancolia 
No intuito de ver  o sol raiar
No arisco nevoeiro dando passagem a uma luz
Que se reacende no leito do chão 
Sem ter cara de pavão 
Espelho grandioso ainda resplandece o viver
Embora tentaram borrar a história do tempo 
Persiste viver e desabrochar num jardim 
Perfumado de flores 

Margarida Cabral 


 

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Espera


Espera 

Silêncio da noite 
Gruta do tempo 
Terraço ao vento 
Silenciar
Apago de palavras 
Livres
Soltas
No espaço 
Vazio
A espera 
Sem expressão 
Aguardo 
Semblante apático 
Estende a mão 
Resolubilidade 
Luz que incide
No caminho 
Na crença 
De verdades
Futuras

Margarida Cabral