Assobio do tempo
Que leva ao encontro passageiro
Do cantar, caminhar na vertigem
A espera dos grãos
Que aos poucos se soltam das mãos
Indo de uma escala decrescente de valores
Vagando na mercê do poder
No agito do ser
Que em sua riqueza de ilusões só tem a calmaria do aguardo
No tempo
No até chegar
Na esperança que logo vai passar
No contar corriqueiro de cada dia
Que algumas vezes se alterna em esperança e melancolia
No intuito de ver o sol raiar
No arisco nevoeiro dando passagem a uma luz
Que se reacende no leito do chão
Sem ter cara de pavão
Espelho grandioso ainda resplandece o viver
Embora tentaram borrar a história do tempo
Persiste viver e desabrochar num jardim
Perfumado de flores
Margarida Cabral
Nenhum comentário:
Postar um comentário