domingo, 27 de dezembro de 2020

Tempo

 

Tempo  

Tempo que passa faz uma ancoragem 
Me calça 
Me veste
Me despir 
Faz uma  zoeira  
Sem da trela aos sentidos 
Aguça os ouvidos 
Ao som da alma
Que fala verdadeira 
Sem se conter da lágrima 
Se veste de calma
A exalar o cheiro de jasmim 
Do campo florido
Da noite sem fim
Me despeço por inteiro
Por trás de um sorriso 
Sem escorrer a lágrima 
Que ficou contida no berço do coração

Margarida Cabral  

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Olhar interior