Silêncio

Silêncio 

Quieto tempo

Refúgio do mar

Acalanto que desliza nas ondas

Num sublime olhar

Na chama que se ascende no interior

E se veste de glamour

Até chuvisca para renascer

E silencia sem entender

Alvorada de luz que me leva a algum lugar

De vestes macias

Atenuando o calor do dia

No entardecer da calmaria

O arco-íris fico a admirar





Margarida Cabral

Vazio

Busque o tempo

Encontre o olhar

Na imensidão no espaço pode até achar

Nos escombros do leito

No largo da rua

No refúgio da praça

No canteiro da calçada

No florescer do Jardim

Pode estar dentro de mim

Acorda suspiro adormecido

Que delira no clarão da lua

Sem vestígios de ilusão

Tudo bem pensado com o florescer do coração


Margarida Cabral

Lágrima

O solo encharcado com a poeira do vento

E meus olhos a lacrimejar lágrimas de poeira

Que resistiram ao tempo

Sem descontentar os sentimentos que fizeram parte dos pensamentos

Fazendo morada no meu coração

As gotículas que caíram foram se solidificando

Com o espaçar do tempo foram se diluindo transformando-se num colorido jardim

Se ramificando feito um véu de flores

Servindo de sustentação ao bem querer

Dando euforia ao viver


Margarida Cabral

Espera

Aguardo no silêncio

Da mansidão

Dando trégua ao tempo

Na espera da explosão

Que pode ser de gestos

Da linguagem

Do espiar longínquo

Açoitando o vazio da estrada

De vez em quando dou uma olhada na encruzilhada

Querendo ver até uma miragem

No deserto da solidão

Mas a nuvem vem de passagem fazendo respingar no coração

Dando um brilho na caminhada


Margarida Cabral

Canteiro

Canteiro 

Sinto longe o olhar

Da leveza

Do arrepio

Da ternura

Do abraço

Dos caminhos

Quanto florescer

Que se aglutinaram

Na correnteza do vento

Que se agasalharam

No único nevoeiro

Remanso do tempo

Que se afugenta no terreiro

Num sublime canteiro


Margarida Cabral

Primavera

Primavera de caminhos floridos venho te encontrar
Para vivenciar este período de completo florescer
Deixem as rosas invadirem você
Não só o corpo, mas a alma, o coração
Se envolva com ternura e emoção
Espalhe as rosas
Doai rosas agregadas ao amor
Nem precisa ser atada ao laço de fita distribua-as
Ao seu amigo
Ao seu irmão
Faça uma corrente de rosas
Deixem flutuarem na ternura que mora no coração
Façam desembocarem entre rios e mares
Levadas pela correnteza que habita em teu ser
Que elas irão se desabrochando por onde passarem
Incumbidas de renovação
Que exalam vínculos de amizades e amores
Façam transparecerem com muita energia
Que vigore a cada dia como um caminho de flores

Margarida Cabral - todos os direitos reservados
-

Refúgio

Em mim

Encontrei a estrada

Ah! Minha moça

Como é tortuosa a caminhada

De pedras a deslizar

Feito vertente de rio

Indo de encontro ao mar

Às vezes dá uma paradinha no caminho

Pura reflexão

Sem torna-se enfadonho

Só no suspiro da razão

Agito de vento que terce os pensamentos

Oriundos do pequeno refúgio que outrora fez morada no coração

E hoje voa com liberdade

Sem ilusão


Margarida Cabral

Claridade

Lumiar terno

Calmo

Sereno

Leve

Solto

Que clareia com vigor o caminhar

De leves plumas

A flutuar

Na terra do pensamento

No florescer do raio de sol

A perpetuar a estrada

De campos floridos

Que agita o dia a dia

Com reflexões de benevolência

No tênue caminho


Margarida Cabral

Ocultação

Me perdi no tempo
No deslize do amanhecer
Acordei nos acordes das
venturas
Com o aconchego do jardim
Que tão florido fez morada em mim
Lenço branco debruçado na janela
Ocultando as lágrimas dos sentimentos
Que passaram feito cachoeira
A transbordar no veludo mar
Sem mácula de choro
A suspirar na ternura do olhar
Que fica a mirar
Ocultando o longínquo tempo que me fez chorar


Margarida Cabral

Suavidade

Suavidade 

Eu sou assim

Alegria do tempo

Que escorre com o vento

Clareando a cada amanhecer

Com a suavidade da chuva

No brilho do sol

Que vai semeando os pensamentos

Na vertigem da caminhada

Nos tropeços do cotidiano

Erguendo a cabeça pelos desafios

E pé na estrada continuando o tênue viver


Margarida Cabral

Diversão

Pequeno

Grande

Laço

A

Sustentar o

Pescoço

Que

Gozação

Fios de tecidos

Compactados

De leveza

Sem obstáculos

De de puro fio sedoso

Que conforta

O giro

De vestígios 

Notícias 

Aglomeradas

Na cabeça

Do pensador


Margarida Cabral

Doce viver

Doce viver 

Acaricio o tempo

Por algum momento

Retalhos tento juntar

São pedaços uns pequenos outros maiores

Fico a modelar 

Tentando dar forma 

Para tercer cada conteúdo

Que ficam enfileirados no mural da lembrança

A espreita de uma oportunidade de surgimento

Que cative a memória do coração

Criando asas e reaparecendo feito vestes novas

Juntando as peças num só jarro de carmim

Margarida Cabral

Luz

Luz


O ser

O ter

O querer

O caminhar de luz

O aceitar

O acreditar

A crença

A confiança

O amor verdadeiro

O encontro

A encruzilhada

A falsa visão

A tua face

O reflexo de luz



Margarida Cabral

Vivência do tempo

Vivência do tempo 


Olho,vejo, sinto

Respiro

Transpiro de fala

De saudades

De gestos

Incontidos no largo da imaginação

Que pode até transparecer no cantinho do coração

Dando asas as lembranças

Que sauda cada momento

Enfatizando a alegria sem nenhuma alegoria

No semblante de calmaria

Trilhando o caminhar

Rumo a alvorada

Que resplandece feito uma trovoada

De encantos

Com tranquilidade e amor



Margarida Cabral

Sentimento

Caminho do tempo

Agitando os cabelos

Que se enroscam ao vento

Sem constrangimento

Mergulho em pensamentos

Que dá até brilho no olhar

Causando suspiros

Interior

Beijando uma flor

Que pode ser de qualquer cor

Inspirando os sentidos

Na leveza do dia

E adormecendo na calma da noite

Sentindo o acalanto do coração



Margarida Cabral

Desencanto

Refúgio do tempo que me faz lembrar

Do largo que terce o olhar

De vertigios tão pequenos

Que se assemelham a uma gota d'água

Que vai aos poucos clareando

Até que surgi uma paisagem de encantamento

Irradiando luzes de contentamento

Fluidificando todo ser

De cores benevolentes

Pra iluminar a alma


Margarida Cabral

Reflexão

Não me canso de dizer

Não me canso de falar

Nos dias de hoje temos muito que argumentar

Uns dizem palavras ao vento

Outros querem meditar

O importante é falar

Tudo parece brincadeira

Mas não descarto a possibilidade de um dia acertar

Quem muito fala um dia é escutado

Nem que seja por uns segundos

Temos que acreditar


Margarida Cabral

Dúvida

Não sei se digo

Não sei se não sei

Há tantas dúvidas

Que jamais revelarei

Dos sentimentos sentidos

Dos embalados

Até aqueles que se ocultaram

No silêncio da solidão

Não houve um momento

Pode até ter surgido uma razão

Que fito o firmamento só vejo um vazio

Que dói o coração

Mas tão logo passa

E eclode uma nova canção...



Margarida Cabral

Travessia

Deserto

Calmo

Alma

De florescer

Caminhos

Partidos

Que ficaram soltos

No espaço

De vida

Trabalho

Família

Findo enfado

Parou

Ficou

Não conclusivo

Margarida Cabral

Desejos

Desejos 

Sinto apego antigo

A colorir a vaidade

Indo de encontro a saudade

Que estimula os sentidos

Na criação, 

Descontraída ,

Iluminada de passagens

Fazendo parte na caminhada

Sem disfarce da encruzilhada

Que fez parte do caminho

Alternância de cheiros

Inalados fazendo o perfume inundar o coração

Num gesto de gratidão

De vivência e querer




Margarida Cabral

Alvorecer

🌺🌺🌺🌺🌺🌺🌺🌺🌺🌺🌺🌺🌺

Calmo
Quieto
Nem um suspiro
Tranquilidade
Sossego
Do tempo encantado
Imaginado
Abstrato
Sem querer
Crepúsculo terno
Que acalanta cada suspiro
Levando-nos ao amanhecer
🌺🌺🌺🌺🌺🌺🌺🌺🌺🌺🌺🌺🌺

Margarida Cabral

Destino

Destino 



Eu , você terno destino

Sem implorar o tempo

Refúgio de lamentos

Da lua

Rua da ladeira

Iluminada pelo sol

Similar a um farol

Das estradas de curvas

Que acelera as passadas

Pra chegar na linha reta

Sem peripécias

Árvore frondosa a beira do lago

Onde estendo a rede e deito os pensamentos

A ouvir os pássaros que alivia os sentidos

Que abafa os zunidos

Sem precisar de lençol


Margarida Cabral



🌷🌷🌷🌷🌷🌷🌷🌷🌷🌷🌷🌷🌷

Segredo

Oculto segredo

Que destila a alma

Sem aparição

Reserva do medo

Sem distinção

Se adentra na estrada da ocultação

Temeroso por revelação

Foge na estrada em terna caminhada

Que causa comoção

Dos delírios ao vento das alucinações

Afogando-se no escuro da desilusão

Contemplando o longínquo despertar

Que resiste em não retornar ao

exílio segredo





Margarida Cabral

Lago

Brilho chão

Iluminação do tempo

Das vestes

Que se aglutinam na multidão

Águas que espelham na paisagem

De encantos

Sem miragem

Vertente a nascer

Com doce sorriso

Se espelhando no viver

De alegoria

Sem sombra e nem barragem

Tudo se torna contínuo

Feito água corrente

Límpido

Claro

Sem manchar a felicidade

Ostentação

De vida

Leveza de satisfação

Que vai desembocando na estrada do coração


  Margarida Cabral




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Névoa

Névoa 

Branca , lilás diversidades de cores

Climatizando o ser

Com as vestes do tempo

Emitindo ruídos sem danificar os ouvidos

Que se preitam na escuta no momento

Trazendo de volta o redemoinho do coração

Refletindo recordações

Que passaram feito um furacão

Sem deixar ilusão

No patamar do esquecimento

O tênue caminho continua sem mágoa

Só apreciando o momento com as interações de cores

Que refletem feito um arco íris

Vivenciando os adornos que contornam o coração...



   Margarida Cabral



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Quadro

 

Figura de traço

Paisagem de trapo

Mera fantasia

Que arrepia

No olhar

Se reluz                                             
No aventureiro do quarto
Tu se mostra de verdade deixando transparecer o verdadeiro ser

O tempo não ocultou as linhas traçadas

Que foram tão bem ilustradas na paisagem do viver

   



   Margarida Cabral





Sent using Zoho Notebook - Android

Sentimento

                                     

Sentimento de mim

De ti...

Clima gritante, suspiro alucinante.

Entre linhas do tempo

Que evapora ao léu

Como se fosse feita de papel

Mas na realidade se firma no real

Sem apagar as lembranças

Que se molham nos pingos de chuva

Há encharco que vibra no ser

É só alegria no viver

Que transparece no rio da rua

Indo de encontro ao lumiar da lua

E se joga nos raios do sol

Que clareia o tino alocado no coração

       Margarida Cabral

Mansidão

Calma que alivia
Que refúgio
No semblante do coração
Que aos poucos se alinha
No nivelar do tempo
A procura do sussurrar do vento
A soprar de encontro a montanha
Sem tormento
Fico a contemplar
A passagem do tempo
Que alegria, contentamento sem solidão
Que se completam no prisma do tempo
Açoitando as cores que colorem o coração
Que alívio é só mansidão...

       Margarida Cabral

Cânticos poéticos

                                         

Cânticos poéticos 

Cante, cante o dia

Cante alegria

Cante a solidão

Cante a nostalgia

Cante uma canção

Cante a noite

Cante o frio 

Cante o calor

Cante o coração

Cante o corpo

 Cante a alma

 Cante o suspiro

Cante o viver...

         Margarida Cabral

Atitude

                                            

Vou vedar minha boca

Ficar sem palavras

Para os alheios distintos

Fechar meus ouvidos

Das escutas indevidas

Recolher-me ao canteiro iluminado pelo candeeiro

No templo da contemplação

Só o apreciar do clarão da lua se espreitando pelo terreiro

Lumiando as ideias sem arquivá-las ao esquecimento.

                   Margarida Cabral

Interior

                   

Quanto mais me visto

Olho-me no espelho

Ficando parada refletindo

O visualizar externo

É pura estética

São momentos passageiros

Fico a flutuar a minha visão interior

De desejos infindos

Não tem comparação igual

São escavações internas difíceis de encontrar

Não podem ser montagem

Mas sim sinceridade

Que independe do olhar

Da jardinagem que habita o coração

Sem ser nuvem passageira

E sim nuvem que se aloca no desejo da alma

Emitindo raios de luzes

Que ramificam o corpo por inteiro

Energizando com uma áurea

Sem distinção de faces...

           Margarida Cabral

Silêncio

     Silêncio                                      

Silêncio de mim

Meu refúgio interior

De calmaria

Sem agonia

Transbordamos os desamores

Que foram escoados com as águas do rio que passou

Sem desamor

Límpido silêncio

Que segue clareando o caminho

Limpando os resíduos deixados ao léu

Que se desfaz como uma folha de papel

Sem escrita só com pingos de lembranças

Que desafia o desejo do coração.

                        Margarida Cabral

Suspiro

                                            

Imagino te ver  no cantinho

Sem mesclar o tempo

Só superação

Que vai de encontro à vaidade

Sem alarde com ternura e emoção

Vou caminhando com o guia do vento

Só a suspirar

Na encruzilhada tento traçar fios de fantasias

Que ficaram alocadas no túnel do tempo

Só reflexão

Das paixões oriundas do coração

Que foram perdidas no ocaso da imaginação

                           Margarida Cabral

Pausa

Pause o tempo sinta o coração
Saia por aí
Aguçando o silêncio
Faça uma reflexão
Dos desejos omissos
Do tempo que ficou sem resolução
Pause,pause o tempo como um furação
Não sinta arrependimento pois tudo está em suas mãos
Abra a janela deixe a brisa da manhã entrar
Renove o espírito
Inale rosas no canteiro do coração
Aprenda a voar com as borboletas
Coletando as benevolências das rosas
Se atice e deixe flutuar o amor

Margarida Cabral

Sentimento

Sentir o cheiro
De jasmim
Do lado
Ao redor
De mim
Sentir medo
Do escuro
Clareia o tempo
A coragem recai
Em mim

      Margarida Cabral