sexta-feira, 17 de maio de 2024

Espinhos


 Espinhos 



Suspiro de mim 

Na caída da noite 

Fúria de vendaval 

Escorre pelo tempo 

No gélido caminho 

Do mesclar de palavras 

Quantas vogais  insentidas 

A se rosnar nos descabidos 

Máscara de farpas

Que espalham-se com vestes de trapos 

Movidas no trapézio ao léu 

Transparece como bruxa de papel 

A gotejar contos insólito 

Que dissipa pela chuva 

Sendo levado pela enxurrada 

No arrebito do enfado caminho 

Pedindo que o córrego não seja longo 

Encurtando a encruzilhada 

No livramento da névoa escura

Que por acaso impedia a caminhada 

Arco-íris de sonhos memoriza o instante 

Na salvaguarda tolerante 

Da sapiência do momento 

Que não se curva aos malefícios 

Respirando novos saberes 

Colhendo rosas entre os espinhos 



Margarida Cabral 


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Olhar interior