Migalhas ao vento
Ditos soltos que rastejam ao chão
Pedaços pequeninos a evaporar
No teto, do chão ao ar
Sem nada de concreto a se renovar
Pequenas partículas jogadas ao vento
Privadas de teto ou firmamento
Do clarão do dia a luz noturna
Ficando ofuscado do contentamento
De uma rua obscura
Com obstáculos que impede a escolha
De caminhos floridos
Ficando no ósculo da escuridão
Pairando com o desequilíbrio da solidão
Reveses atemporal querendo equilíbrio num copo de cristal
Faísca presa no casulo
Impedindo de chegar ao amanhã
Rabiscos que se perderam
No labirinto da ilusão
Que foram diluídos sem compaixão
Pelas migalhas sem contestação
Que soltam-se no barco remanso
Até encontrar ondas de movimentação
Margarida Cabral
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