quarta-feira, 29 de maio de 2024

Migalhas ao vento


 Migalhas ao vento 



Ditos soltos que rastejam ao chão 

Pedaços pequeninos a evaporar 

No teto, do chão ao ar

Sem nada de concreto a se renovar 

Pequenas partículas jogadas ao vento

Privadas de teto ou firmamento 

Do clarão do dia a luz noturna 

Ficando ofuscado do contentamento 

De uma rua obscura 

Com obstáculos que impede a escolha 

De caminhos floridos 

Ficando no ósculo da escuridão 

Pairando com o desequilíbrio da solidão 

Reveses atemporal querendo equilíbrio num copo de cristal 

Faísca presa no casulo

Impedindo de chegar ao amanhã 

Rabiscos que se perderam 

No labirinto da ilusão 

Que foram diluídos sem compaixão 

Pelas migalhas sem contestação 

Que soltam-se no barco remanso 

Até encontrar ondas de movimentação 




Margarida Cabral 


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