terça-feira, 24 de abril de 2012

SOLIDÃO

Só,  sozinho, solidão
Às vezes isto  transparece em nosso chão
Sem destino queimando  os sonhos atordoados que se vão...
Em busca de um acalanto, melodia ou canção ...
Que passa entre os dedos fugindo do alcance das mãos
Indo embalar no cantinho do coração
Sem mágoas ou desatino clamando perdão
Caminhando com leveza sobre a relva deslumbrante
Fazendo caminhos floridos
Num nicho de desilusões
Tudo segue em desalinho
Chama a esperança e volta  se ordenar
Seguindo um caminhar de luz
Sem dizer não a ilusão...

Margarida Cabral

sábado, 21 de abril de 2012

CONFIANÇA


Ao amanhecer
Ao poente
Ao anoitecer
Surgir do nada
Acreditar no tudo...
Alegrias oriundas de pensamentos sólidos
Sem desnudar no tempo
Incorporando o córrego que corre sem desvio do teu eu
Entre dedos soltos, leves e deslizantes
Sonhadores e deslumbrantes
Sem respingar no solo árido
Em lágrimas, água ou suor
Delirar no tempo
Sem subterfúgio do ressurgir
Enfadonho conselheiro
Com teus momentos lúcidos
Destemperes remontantes
Atingindo o coliseu
Entre espaços aveludantes
Seguir o clarão dando passos largos ao futuro
De esperanças, saudades e prazer.

Margarida Cabral


quarta-feira, 18 de abril de 2012

VISÃO DA VIDA


Visão da fonte luminosa
Que incendei meu coração
Criando uma turbulência
Sem dizer não
Visão de mim
Do meu ser que se alterna no tempo
Tentando criar, interagir no circulo
 De seres  humanos, abstratos de sentimentos
Iludidos pelo consumo dos seus afazeres
Deixando de lado o elo de comunicação
Se prendendo no teu mundo que é pura ilusão
De crença
De amores
De solidão...
Há visão de mim que saboreia o viver
Se entrelaçando ao tempo
Não dando espaço ao ferrugem
Que é só destruição...
Fazendo da vida um véu
Que terce a minha visão

Margarida Cabral

Siri Poeta: Céu de Passarinho.

Siri Poeta: Céu de Passarinho.: Será que passarinho tem alma? Será que existe um céu dos passarinhos? Acho que aquele que não consegue mais voar prefere ir pra lá,porque...

terça-feira, 17 de abril de 2012

TEMPO QUE PASSA




Tempo  que passa 



Passa, passa tempo
Deixar o tempo passar
Passa, passa tempo
Deixar a saudade fluir
Passa, passa tempo
Deixar a saudade ficar
Morando no meu peito e exalar...
Passa, passa tempo na medida certa
Dando evasão aos sonhos adormecidos
Passa, passa tempo deixar os sonhos brotarem
Entre ninhos de pássaros e flores
Passa, passa tempo
Não deixe adormecer
Deixe transbordar e acontecer

Margarida Cabral

quinta-feira, 12 de abril de 2012

DOCE VIVER

Quantas vezes ficamos a nos perguntar como seria mais fácil não se notar, se perder no meio do tempo
dando evasão aos sonhos e se perdendo na solidão, do  quarto da sala  ou do jardim, se refugiando num aconchego sem manta e sem Carmim. Então poderíamos ser assim:

Doce como um doce
Doce de vida
Doce de solidão
Doce de açoite que eternizar meu coração
Doce de dengo
Doce de ternura
Doce de lamentos
Doce de pensamentos
Doce de amarguras
Doce de encantos
Doce de lágrimas que rolam no rosto
Doce lenço que sugar as lágrimas
Doce aperto de mão que solidifica uma ilusão
Doce olhar que se perde no tempo...
Que tênue firmamento
Como é bom sentir está ilusão...

Margarida Cabral

quarta-feira, 11 de abril de 2012

EM TUDO QUE VEJO TEM POESIA...!!!!

 
 

EM TUDO QUE VEJO TEM POESIA...!!!!

Em tudo que vejo tem poesia...
No verde, no mar, na maresia;
No ar, na chuva, no piar da cotovia;
No andar das pessoas, nos paralelepípedos, no dia a dia;
No arroubo dos apaixonados, nas paisagens mortas;
Nas frestas das portas, naquela boca torta;
Naquela situação insólita.

Em tudo que vejo tem poesia...
No valsar do vento no firmamento;
No trilhar incessante do relógio;
Na tristeza expressa no velório;
Naquele brilho ofuscante dos olhos ao qual exploro
Ao constatar sem vacilar que todo discurso simplório
Não faz parte do seu repertório mesmo sendo invólucro do pensar
E não preenche nenhum requisito satisfatório nem expiatório
Que explore o reverso dos teus olhos quando te olho por olhar.
Zaymond Zarondy

segunda-feira, 9 de abril de 2012

TRANSFORMAÇÃO

Sinta, sinta, o teu calor
Que esquenta a pele
Que aquece o coração
Que esquenta teus olhos
Acendendo a luz da paixão
Iluminando o caminhar com solidez
Entre nichos de rosas que esplandece o teu viver
Se deita na relva deixa teu corpo adormecer
Fluindo na brisa morna do amanhecer
Sinta o vento soprar   nos teus cabelos
Fazendo com que fique embaraçados por inteiro
Deixa a chuva cair  torrencialmente sobre suas vestes
Sinta a purificação do teu corpo e alma
Acorde sinta a transformação que tivestes...



Margarida Cabral

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Ser Oculto

Por mais que tu se escondas
Estais presente no meu caminhar
Entre estradas e estrelas fito o céu  e tento te buscar
A cada dia que nasce te vejo na manhã
Quando se aproxima o crepúsculo te vejo  ao anoitecer
Entre aquela estrela cadente perdida no infinito
Procuro um ponto de luz a brilhar
Como o verde de teus olhos que fica a cintilar
Esta busca insana  me faz retornar
Ao tempo passado que ficou no acaso da imaginação
Tudo não passou de uma encruzilhada que afligiu o meu coração...

Margarida Cabral

terça-feira, 3 de abril de 2012

RENASCER

Hoje acordei com vontade de  me ver
Diante do espelho fiquei a olhar, olhar, olhar...
Então comecei a entender que o tempo passou... as lembranças ficaram
O que estava adormecido acordou
Para fitar o mundo mesmo por um instante acordou
Com seus sonhos acanhados que ficaram enrolados num tempo passado
Olhei aquele espelho e fitei uma ruga aqui  outra acolá
Não houve aflição
Mas o rejuvenescer para o futuro
Sem deixar cicatrizes entranhadas no coração
Acordar para um  tempo novo
Que embala o corpo e reflete no coração
De braços abertos com muita sustentação
Com vontade de flutuar pelo espaço
Saboreando o amanhecer
Partindo de encontro ao crepúsculo
E dando os braços ao anoitecer

Margarida Cabral