terça-feira, 20 de março de 2012

ILUSÕES



Amor incutido
Temido que incendeia nossa alma
Sem pedi licença para entrar

Devasta nosso cabelo
Destrói nossos pêlos sem pensar
Gritar por liberdade
Sem assumir a identidade

Glamour de uma vida incessante
Sem ternura, porém brilhante
De tanto tentar

Chegar perto sem assumir
Ficar distante sem desistir
Não se cansa e continua a lutar
Luta pelo ser pensante que esta tão distante
E ficamos a imaginar
No bosque, praia , multidão
Continuamos a te buscar
Trazer para este clima contagiante que anima até quem nunca esteve lá.

Margarida Cabral

segunda-feira, 19 de março de 2012

ATROPELOS


Eu nunca poderei ter me dito
Jamais serei esquecido
No tênue caminhar
Quanta solidez
Cavalgada pelo destino
Não consigo desarticular
Do cotidiano inequívoco
Dos impulsos traídos
Na beira do caminhar
Das lembranças oriundas 
Do mais eterno esquecimento
Quanto lamento
Não adianta relembrar
O tempo passou
Entre os dedos ficou a estrutura enaltecida do olhar
Tão longínquo que só me resta esperar
Do tempo fluído que transborda ao alvorecer
Às vezes sem êxito na busca de um olhar

Margarida Cabral

RECORDAÇÃO


Como é bom ter este tempo
Este credo...
Este açoite que invade nossa alcova, nossa casa
Tendo confiança no seu eu que refloresce no tempo
Que ressoa...
Que definha em broto de amor
Árida terra a se fertilizar
Jardim sem fim
Que se perde no horizonte
Da visão inequívoca
Do solo de paixão
Que arrebenta o vento
Sem enganação
Sem atrela-se ao momento
Nem tão pouco regurgita o paraíso de amor
Sem contradizer o tempo exaurido que passou


Margarida Cabral

VIDA TRANSPARENTE





Vida transparente 



Nossa vida é um véu que transparece no olhar
Veste nosso corpo e alma
Quanta distância neste albergar de caminhos oscilatórios
Que por vezes sopra o vento em direção contraditória ao teu caminhar
Gostaríamos de credos ... alusivos de amor
Sejam de fluídos presentes ou passados que exalam um novo florescer
De caminhos que sejam compartilhados entre pássaros e flores
Dando vida a teu caminhar...
Sem aflição
Sem discórdia
Sem mágoas
Sem desamparo
Mas na vida temos tempo de nos encontrar... com nossa plenitude interior
Deixe ela se exaurir num eterno amor
De teias transparentes...

Margarida Cabral

domingo, 18 de março de 2012

Viva teus sonhos

SONHO DOURADO

Viva, viva
O momento que se anuncia
Viva o olhar sem melancolia
Viva o mar a velejar... nos sonhos que fluir a cada onda
Viva a terra que pisa com alegria
Tendo a esperança que amanhã será um novo dia
Viva o dia tênue
Que desperta a clamar
Sinta o crepúsculo chegar sem fantasia
Viva, Viva
O encanto do pôr  do sol que se perde no horizonte
Se aconchegue na  mudança de cores
Que energiza o corpo com os raios de luz
Fazendo teus olhos fitarem o infinito azul
Sinta a noite abraçar o teu ninho
Entre cobertas de amor
Dando adeus ao dia
Viva, viva...

Margarida Cabral

sexta-feira, 16 de março de 2012

TOLERÂNCIA






Muitas vezes ficamos a imaginar
A exuberância do ser
Que nos deixar a relutar
Nas ilusões
Nos entremeios
Que nos agita o íntimo
Ficamos a saborear
No clarão que surgi cheio de esplendor
Que ativa a sensação de amor

Às vezes escondidos em nosso interior
Que transparece sem querer em ritmo ilusório
Muitas vezes guardamos este florescer
Sem transcender o real valor do ser

Fronteiras obscuras que não podemos alcançar
Ficamos omissos em nosso caminhar
De ventura com tantas indecisões queremos chegar
Tudo é tão irresoluto que retornamos ao nosso limiar
De vida, glória e prazer
Sem aflições com intenções

Relevância do ser mutante
Sem atingi-lo, pois estais tão distante
Sentimento arredio
Que me faz retornar
Embora involuntário me exponha ao vento
Sem deixar rastro de ilusão.

Margarida Cabral

Olhar interior