Imaginação

 Imaginação 

Seja o sol

Seja a lua

Seja tudo que imaginar 

Se espelha  além do espelho 

Navegue em alto mar 

Se faça acreditar 

Na vertente do olhar 

Que suspira ao acordar 

Um leve descanso a tardinha 

Transborde  em você 

Acorde além do horizonte 

Se ilumine com os raios de sol 

Evolua com a aura brilhante 

Expelindo ares de contentamento

Transforme o seu tempo 

O seu dia

O seu hoje

Podendo desfrutar de um amanhã renovado

Contemplando o renascer primoroso 

Em cada passo dado

Margarida Cabral 

Simples

 Simples 

Silêncio momentâneo com a luz do dia 

Se acalma 

No limite de cada um

O viver é apriciar as mudanças 

Tudo vai passando...

Então caminhas, caminhas não importa  o limite 

Segue agraciando o  máximo que pode 

Com um gesto de carinho 

Com a gesticulaçōes das pessoas

Na passagem pelo jardim 

No quintal da casa 

No florescer das árvores 

No cantar dos pássaros 

Que pousam costumeiramente 

Com seus cantos dando musicalidade ao dia

Se contente em ouvir 

A sonoridade de cada um

Dos pardais, curruíras, bem-te-vis e tantos outros 

Até chegar ao canto do carcará 

Que esplandece no azul do céu 

De repente se veja novamente 

E desperte com a simplicidade do dia

Margarida Cabral 

Descobertas

Descobertas 

Se agita a cada dia

Dando solidez a cada instante 

Na aparência não só estética 

Mas do interior da alma 

Acrescenta-se  de novos saberes 

Dando estímulo ao viver

Na correnteza do vento 

Vai espalhando sonhos 

Realizados ou não 

Mas tudo com muito amor brotado do coração 

Que vai enraizando-se pelo corpo

Até ser dissipado com um sorriso para o exterior 

Dando positividade a  cada momento 

Com o alvorecer que segue em você 

Margarida Cabral 

Corpo iluminado

Corpo iluminado 

Anda por aí 

No pensar

No sorriso 

No olhar 

Na fala

Enfim tudo que faça parte dos sentidos 

Caminha em campos vastos

De ternura e liberdade 

Que acompanha na rua

Em cada esquina 

Até se encontrar na encruzilhada 

De pensamentos libertadores 

Podendo ser transformadores 

A  atiçar as cores que dão nuances aos dias

Sem parecer utopia

No iluminar de cada momento 

Com as pétalas de rosas vai fazendo estrada

No caminhar na chuva 

Até chegar o sol

Que alumia a névoa do canteiro 

Abrindo as portas do coração 

Nem que seja luz de candieiro 

Indo de encontro ao farol 

De corpo iluminado 

Margarida Cabral 

 

Amparo

 Amparo 

Não se esqueça de ti

Se aventure a cada passo 

Na firmeza do compasso 

Se aconchegue consigo 

Dê uma passada no riacho 

Fite teu rosto

Sinta o envolvimento da brisa

A ventania toma conta do teu corpo 

No amparo d'alma 

Na calmaria da manhã 

Com a pisada da terra que se apega aos pés 

Dando solidez ao caminho 

Com uma pausa aqui outra acolá 

E vai acumulando esperança 

Se contagie com a vida

Solte aquele sorriso 

Contemple o horizonte 

Com os olhos do coração 

Que se envolve com a paz interior 

Na junção do bem-querer 

Margarida Cabral 

Sublime

 Sublime 

Silêncio do dia 
Caminhadas de luz
Na neblina do tempo 
Sigo a grandeza de cada momento 
Que enobrece o coração 
No deliciar das palavras 
A brotar da memória 
Que aos poucos dão um salto 
Deslizando na estrada corriqueira 
Dando asas a imaginação 
Que impera os sentidos 
A acalmar o coração 
No flutuar da neblina 
Que suaviza com seus pingos no calor da alma 
Tornando-a mais sublime 
Resfriando os desejos encantados
Com o aroma das flores ...


Margarida Cabral 

Esperança

 Esperança 

Estrela do tempo 

Acordes ao mar 

Nuvem passageira 

Passarela a passar 

Transpondo rio

Riachos, pontes 

Até chegar 

De cara com o desfiladeiro 

O suspense fica no ar

Acariciado o nascer do sol 

Renovação 

Acompanhando as nuvens só no olhar 

Se perdendo na curva do vento 

A açoitar os cabelos 

O seu desalinhar  

Abrigando um novo despertar 

Na chegança de desejos 

Que aprimoriza o coração 

Sem resíduos 

Paixão...

Dando um aperto no peito 

Abrindo-se um sorriso de emoção 

Margarida Cabral 

Pedaços

 Pedaços 

No retalhar do caminho 

Nalguma vezes reflexivos 

Pensante...

Indago 

Pelo que restou 

Que deslizaram  pela estrada 

Com pressa 

Na terra batida 

Com sustentação 

Que vai transpondo pequenos fragmentos 

Às vezes oportunos 

Que na beira da estrada ficou

Na vertente do olhar acreditou 

No renovar de cada ser 

Com tanta aspereza 

Caminhou...

Não se deixou levar pela lágrima que rolou 

Mas seu coração se fortaleceu 

E acreditou 

Na junção dos retalhos 

Feito pedaços de amor 

Que se entrelaçaram e formaram um cobertor 

Margarida Cabral 

Moldura

 Moldura 

No entardecer do tempo 
Procuro renovar o coração 
Tecendo fio dourado sem contratempo 
Fito o espelho com atenção 

Sigo formando a imagem 
De diversas formas 
Até transforma- lá em paisagem 
Na vaidade de umas reformas 

Que traga alegria a mente 
No renovar de memórias 
Na crença do finalmente 

Sigo juntando o caco adormecido
Que ficou pelo caminho 
Até ficar em enaltecido


Margarida Cabral 

Luz do tempo

 Luz do tempo 

Nuance aveludada que sombreia o horizonte 

No alicerce corriqueiro 

Da florada exuberante

Que dissipa aromas a  nocautear os sentidos 

Vou seguindo a imperatriz do tempo 

A se embelezar a cada momento 

No ritmo atordoante   

No deslizar das águas a se debruçar aos sentimentos 

Que às vezes ficam enfileirados na porta do  coração  

Que se espreita no engaitinhar manso

Dando tonalidades diversas de satisfação 

Ao esmero tempo 

Que não ficou adormecido 

Aos poucos teve sua exuberância 

Sem disfarce 

Eclodindo do bravo chão 

Margarida Cabral 

Existência

 Existência 

Vozeio, grito
Quero me ouvir 
No dilema de cada momento 
Desejo o ouvido aguçado 
Na esperança da escuta 
A ouvir de todos os lados 
Palavras que pareçam brandas 
Que denotam melodias 
No espanto de cada dia 
Na correnteza do ressurgir 
Pode ser até um dia frio
Indo de encontro ao calor do povo
Que se espalhassem na multidão 
Em busca de chão 
Que cause solução 
Sem ser adivinhação 
Na crença do bom viver
No existir da essência de cada um
Que não deseja flutuação 
Mas no concretizar das ações 
Proveitosas e virtuosas 

Margarida Cabral 

Aniversário

 Aniversário 

Suspiro de vida 

Como é  bom sentir 

Se admirar a si mesmo 

Na simplicidade do cotidiano 

Que grita

Que clama

Por mais um ano vencido 

Sentido com tanta emoção 

No apreço do dia a dia

Vou labutando com fé 

Agradecendo a Deus pela passagem do tempo 

No encantamento do dia com tanta luminosidade 

Na negritude da noite que te ampara

E segue seguindo teu tino 

Agarinhando sementes 

Que aos poucos foram distribuídas pelos caminhos 

Nos dias de sol

De chuva

De solidão 

De esperança 

De alegria 

No viver de cada momento se abrace 

Não deixe o queixume fazer parte da tua vida 

Se apegue ao orvalho de cada manhã

No renovar constante de cada dia

Margarida Cabral 

Casa

 Casa

Casa do tempo quero chegar 

Encanto moído 

Que solta farpas pelo caminho 

Me permite caminhar 

Em atrito com os pés 

Ao chão 

Impulsionados pela leveza dos dendritos 

Assoalho que evapora na pisada

Da casa seca, 

Da casa molhada ,

Da casa florida e abençoada 

Longe posso até ficar

Mas a saudade habita o mesmo lugar

Da lembrança d' água da cacimba 

Do leite com chocolate tirado do peito da vaca

Do entardecer espiando o curral 

Sinto um aberto no peito só em lembrar 

Dos tempos dourados que enfeitaram parte da vida

Mirava o pôr do sol até o último fio amarelo 

Esperava surgir a noite com o céu estrelado

E aos poucos ia adormecendo junto ao cobertor 

Margarida Cabral