quarta-feira, 29 de maio de 2024

Migalhas ao vento


 Migalhas ao vento 



Ditos soltos que rastejam ao chão 

Pedaços pequeninos a evaporar 

No teto, do chão ao ar

Sem nada de concreto a se renovar 

Pequenas partículas jogadas ao vento

Privadas de teto ou firmamento 

Do clarão do dia a luz noturna 

Ficando ofuscado do contentamento 

De uma rua obscura 

Com obstáculos que impede a escolha 

De caminhos floridos 

Ficando no ósculo da escuridão 

Pairando com o desequilíbrio da solidão 

Reveses atemporal querendo equilíbrio num copo de cristal 

Faísca presa no casulo

Impedindo de chegar ao amanhã 

Rabiscos que se perderam 

No labirinto da ilusão 

Que foram diluídos sem compaixão 

Pelas migalhas sem contestação 

Que soltam-se no barco remanso 

Até encontrar ondas de movimentação 




Margarida Cabral 


quarta-feira, 22 de maio de 2024

Caminho de luz


 

Caminho de luz


Navegue no tempo

Refúgio do olhar

Se fortaleça com o cheiro do vento

Com o gotejo da chuva

Se vista  de cores , afaste os temores 

Seja feliz, mesmo com  turbulência

Ancore  no veleiro de benevolência 

Não sinta-se pequeno 

Seja gigante com o lumiar da lua

Que brilha nas noites escuras

No espelhar do sol que engrandece o coração 

Caminhe com o florescer das flores 

Com suas nuances verdadeiras 

Sem ocultação 

Sublinha o viver no refúgio do amanhecer 

Com aquela calmaria peculiar 

Na passagem do tempo pode até surgir alguns espinhos 

Mas nada melhor que possa transformá-los  num canteiro de rosas

Onde o beija-flor possa espalhar o amor

Num elo de união 

Que só a luminosidade do caminho pode nos levar 


Margarida Cabral 

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Espinhos


 Espinhos 



Suspiro de mim 

Na caída da noite 

Fúria de vendaval 

Escorre pelo tempo 

No gélido caminho 

Do mesclar de palavras 

Quantas vogais  insentidas 

A se rosnar nos descabidos 

Máscara de farpas

Que espalham-se com vestes de trapos 

Movidas no trapézio ao léu 

Transparece como bruxa de papel 

A gotejar contos insólito 

Que dissipa pela chuva 

Sendo levado pela enxurrada 

No arrebito do enfado caminho 

Pedindo que o córrego não seja longo 

Encurtando a encruzilhada 

No livramento da névoa escura

Que por acaso impedia a caminhada 

Arco-íris de sonhos memoriza o instante 

Na salvaguarda tolerante 

Da sapiência do momento 

Que não se curva aos malefícios 

Respirando novos saberes 

Colhendo rosas entre os espinhos 



Margarida Cabral 


domingo, 12 de maio de 2024

Luz


 

Luz


Luminescência do tempo 

Flores ao mar

Busco o teu olhar

Encanto de mãe 

Que irradia cores

Feito um pomar

Colorindo as arestas 

Tudo se torna sigelo e verdadeiro 

Transformando o caminhar 

Com as nuances das flores 

Sem disfarces 

No clarão diurno indo ao noturno com muita luz 

Lumiando as veredas 

Marcando o caminho com pétalas de rosas 

Perfumando o canteiro do coração 

Que exala lembranças inapagáveis

Pulverizando o viver 



Margarida Cabral 

sábado, 4 de maio de 2024

Paz interior


 Paz interior 


Deixe a alegria tomar conta da casa

Que chegue a alma fecunda

Transpira o sonho 

Acorda com a ventania 

Trazendo bons fluídos 

Denotando emoção 

Deixe a luz do dia molhar o espelho do coração 

Parecendo um brilho d'ouro trazendo inspirações 

Que aos poucos vai clareando os corredores do tempo 

Com a leitura atenuante do dia 

Florescendo no rio do viver 

Molhando o corpo e dando uma enxaguada n'alma

No disperto amanhecer 

Revirando o interior transpondo barreiras 

E alegrando-se com o canto do beija-flor

Sorrindo ao vento 

Sem catalogar o tempo 

Mira a liberdade com obstinação 

Nos acordes da alvorada escreva uma canção 

Trazendo um mar de inspiração 

Percorrendo todos os dias no nicho do coração 


Margarida Cabral 


quinta-feira, 2 de maio de 2024

Suspiro


 Suspiro 


Fádico tempo

Lúdico a vapor

Quanta resiliência sem temor 

Aspiro coração de leveza 

Com cânticos novos

Que terce o amanhecer 

Lumiando o orvalho 

No gotejo da chuva 

Que desliza na ladeira 

Lavando a alma da gente 

Enxugando a turbulência do cotidiano 

Dando transcendência do espírito 

Na renovação do ser 

Em busca de ideias novas

Que sublime o viver 

Afastando os malefícios 

E coroando a benevolência 

Na passagem de cada fase da vida 

Lumiando a estrada da existência 

Com a luz divina 


Margarida Cabral 




sexta-feira, 26 de abril de 2024

Chuvisco cristalino



Chuvisco cristalino 


Se acredite 

Se acalme

Se veja

Se sinta

Se ame

A relevância do tempo chega ao ser 

Não têm tempo determinado 

Podendo chegar com os chuviscos da chuva 

Que vai arando a terra do coração 

Drenando as veias em terras férteis 

Para brotarem flores 

De nuances verdadeiras com terminações aveludadas 

O caminhar no canteiro do tempo traz firmeza 

Dando solicitude aos sentidos 

Com sua névoa de cristal 

No esperançar de cada florescer 

Renovando ideias na busca do bendizer 

Através do rabisco de cada manhã 

Com o espelhar do sol 

Trazendo energia e melodias esperançosas 

Avivando o córrego do viver 

Em consonância com o mar de nossa existência

Com aquele cochilo no cotejo da chuva 

Respingo, pingo a molhar 

Neblina ao luar

Encanto do tempo 

A incendiar 

Pássaros a cantarolar 

No bater de tuas asas banho de chuva tomar


Margarida Cabral 















 

 

Olhar interior