quarta-feira, 23 de julho de 2014

REMOTO

Nada mais sei.    
Nada  mais sou

Entre canteiros e espinhos
Encontrei o amor
Braços dados
Mãos revoltas
Não ti atices
Deixe o mormaço do tempo passar
E voltas a entoar
Na sutileza do vento
No rebento
No despertar do dia
Na angústia do entardecer
No calar da noite
Continuo a entoar
Nada mais sei
Nada mais sou
Num mar revolto dissipo o amor
               Margarida Cabral

terça-feira, 8 de julho de 2014

Conversa ao vento

Como posso ser uma majestade se nem rei serei
Como posso desencantar
Como posso superar
Se nem lutei
Como posso prosseguir
Navegar pelo tempo
Fazer da crença o clamor da verdade
Como posso ter credibilidade
Se no afugentar das luzes me entreguei

                    Margarida Cabral


sábado, 31 de maio de 2014

EM MIM



                                   EM MIM



Visto-me no tempo
Olho o luar
Caminho descalço
Não deixo a chuva passar
Molha, molha chuva.
Encharca-me por inteiro
Cobre-me com teus pingos aveludados
Que faz meu corpo transpirar
Com tanto respingue
Tenho desejos
De me atiçar ao vento
Vê este tempo sem encontrar o ponto final
Correr pela ladeira
Ir de encontro à ribanceira
E deixa este vento me levar
Continuo a caminhar
Ouvindo os cantos dos pássaros
É só no quintal chegar
Aconchego-me no firmamento fitando o teu azul
E me sinto norteado com tanta beleza
Que ainda exala a natureza
E continuo o meu caminhar...

                                                               Margarida Cabral

terça-feira, 20 de maio de 2014

DELÍRIO



                    



Canto de casa
Brisa de sofá
Vai de encontro ao tempo
Tento renovar
Nas vestes do corpo
Nas vestes da alma
Nas vestes do espírito
Nas vestes das amizades
São desafios fio a fio
Como gotícula de chuva
Tão escassas que nos faz delirar
Na busca da ternura
Do olhar
Das palavras verdadeiras
Sem facetas de o exímio olhar
Ah! Delírio de tempo que transparece na câmara do tempo
Arredio mesmo sem querer
Não te deixe levar pelas migalhas que soam ao vento
Se atice com teu contentamento
Sente na cadeira da sala
E sinta a luz a te lumiar...

                                        Margarida Cabral



segunda-feira, 12 de maio de 2014

SAUDADE

Saudade
O tempo passa rápido, sem percebermos
Mas a tua presença, o teu perfume
Isso não cessa, Jamais
Eles continuarão presentes
Como permanece vivo
O teu amor.
Vem querida, novamente,
Me abraçar e aconselhar.
Estou aqui, Sozinha a te esperar
Quero escutar, nem que seja distante,
A tua voz
Sentir as tuas mãos
Ternas a me acariciar
Vem, minha estrela guia,
Clarear minhas caminhadas,
Por vezes tortuosas.
Vem alegrar minhas noites
E fazer sorrir, novamente,
Este coração triste
E enxugar estas lágrimas de saudade

Autora Natalina Cabral
Para a minha saudosa avó... Mesmo não estando entre nós, ela permanece sendo mãe!

domingo, 11 de maio de 2014

MARIA



         


Nasceste num mês de muita luz
Com o desabrochar das rosas
Com o cantar dos pássaros
E o caminhar da correnteza do rio
Tens uma áurea de muita luz
Acolhedora com tua prole
É um cuidar infindável que dissemina para os que estão ao seu redor
Mãe prata
Mãe de ouro
Tens um valor imensurável
Que qualquer qualificativo ficaria minúsculo diante de tanta grandeza
Dinâmica por natureza
Vaidosa como ninguém
Veste-se de gentileza
Não imaginas a nobreza que tens
Faz da tua coroa uma simplicidade de luz
De um caminhar com esperteza distribuindo gestos de amor sem discriminar ninguém.
Segue tua caminhada oh! Maria
Sem dá trelas pelas pedras que encontrar
Dar continuidade as boas ações que nascestes com elas
E hoje tudo se torna real pelo encanto do teu caminhar
Continuas com tua rota imensurável de leveza
Que só os que reinam têm
Espalhando risos e flores
Que tu fazes como ninguém.

                Poesia escrita em homenagem a minha sogra, pelo seu aniversário e dia das mães.
                                              Margarida M 





                           

segunda-feira, 28 de abril de 2014

OLHAR DE LUZ



        Olhar de luz                    


Quando fito o horizonte sinto aquela paz
Que me acolhe entre as montanhas
Sigo aquela luz
Não sei ao certo aonde chegar
Só me vejo diante de uma áurea brilhante
Que lumia o meu caminhar
Sinto a paz chegar
Dando-se as mãos
Suavizando a face atenuando as rugas
Que o tempo teima em nos contemplar
Deixo-me envolver por esta luz
Que me abraça o corpo inteiro
Tudo se reluz numa suavidade extrema
E faço reflexões
Dos passos dados uns acertados e outros não
É como fosse um recomeço e tudo se evolui
Não com tristeza, mas com um exatíssimo incomum.
Penso que estou num paraíso de reflexões
E me cogito como é saudoso o viver
Entre erros e acertos deixo aquela luz me levar
A um refúgio que terce ensinamentos
E me conduz a um alegre bem estar.

                                  Margarida Cabral
  

Olhar interior