Pelo limitado tempo
Que passou pelas linhas entrelaçadas no tênue caminho
Margarida Cabral
Recanto atordoante
Fiz minha morada por um instante
No carisma que se faz ao entardecer
Margeando os dizeres
Das falas contidas
Dos gestos articulados
Da vivência com alegria
No picadeiro do circo com a evolução da magia
Que desencadeia com o néctar de cada manhã
Acendendo o candieiro ao final do dia
Sem demonstrar melancolia
No refúgio do anoitecer
Interagindo com o céu estrelado
Que no afago da noite segue o teu ser
Encharcando o firmamento com pétalas de amor
A se proteger do frio noturno
Como se fosse um cobertor
Cobrindo o corpo e a alma por inteiro
Sem fantasiar o tempo
Contemplando cada momento com as vestes de amor
Margarida Cabral
Mar do coração
O lacrimejar do tempo causa brilho ao olhar
A tua presença nos fortalece senhor
Diante do cântico de cada manhã
Se eleva no alto do monte uma canção
Trazendo melodias suaves
A desprender-se pelo caminho
No suspiro do corpo
Em busca da paz interior
Navegando no mar do coração
Instilando ternura no circular das batidas
Que aos poucos vão evaporando rosas
Em cada grão de areia
Espalhados no tênue caminho
Sutileza de cada canteiro
No harmonizar das cores
Na colheita do momento
Pintando cada peça sem separação
Deixando o colorido do campo fazer parte do viver
Trazendo vivência a inócua alma
Que alegrar-se com a simplicidade do cotidiano
Na junção do bem-querer
Margarida Cabral
Canteiro do coração
Pedaço de mim
Segue teu tino
Sem afogar o destino
Dando risadas ao vento
Com magia e alegria
No ancorar da certeza
Do caminhar com firmeza
Na exuberância de cada manhã
Sem parecer um dilúvio
Nem tão pouco contos de fadas
Caminhas com passos sólidos
No florescer do coração
Dando elos de estímulos
A cada momento
De renovação
Dos pedaços recolhidos no caminho
A se transformar num cenário venturoso
Sem tirar os pés do chão
Com tanta benevolência
Que acorda o espírito
Renovando a alma
Pra outro renascer
Do reflorestar a vida
Com cânticos de paz
Trazendo suavidade ao viver
Margarida Cabral
Terra batida
Chão molhado
Transpiro ,
Calo,
Fito,
Espio o clarão de cada dia
A lumiar o olhar aventureiro
Que se acende com a luz do candieiro
Trazendo renovação a cada momento
Aguçando ideias sem manipulação
Configurando as que fazem bem ao coração
Num respingo aqui outro acolá
Não tenhas pressas...
O espelho do tempo memoriza o instante
Sem se fazer inconstante
Vai respirando a cada passo
Se agasalhe com coisas boas
Que clareia o penhasco
No escalar cotidiano
Dar um adeus as traças
Contemplando um novo viver
Que traga bons fluídos a você
Acorde teu interior
Com o embalo da manhã
Ilumina seu tempo
Sem fazer cara de arrependimento
Sinta a alegria do viver
Contemplando os raios do sol
Margarida Cabral