Cheia de tempo

 

 

Cheia de tempo 

Com palavras que se soltam ao vento 

Com cara de contentamento 

A desfilar no corredor da memória 

Na crendice de fazer história 

No ritmo de cada momento 

Pausando aqui e acolá 

Segue desenhando o ritmo 

Na ausculta do coração 

Vivenciando a renovação da estrada 

Destilando os sabores e saberes sem negação 

Caminha e solta o grito de aclamação 

Esbanja um sorriso de satisfação 

Percorre a avenida sem temor 

Segue cheia de tempo com ardor 

Margarida Cabral 

Caminho

 Caminho 

Caminho de cada  tempo 

É preciso acreditar 

Tendo fé no criador 

E as passadas que se vão 

A cada momento 

Na crença do tempo 

Que passa tão veloz 

Diante do tempo ficamos pequenos 

Com essa estrada passageira 

Que pode conter frutos coloridos, doces ou amargos 

Vivenciar cada um com ternura 

Sem causar mágoa ao coração 

Na solicitude de cada dia 

Se envolva numa espuma cristalina 

Que traga benevolência ao ser

No caminhar de esperança 

Não se perca na tristeza 

Trace rio de alegria 

Distribua rosas de felicidades por onde passar 

Margarida Cabral 

Natal

 Natal

É luz

Alegria 

Renascimento 

É uma canção 

De renovação a cada momento 

Com fé 

E agradecimento 

Celebração de encantamento 

De festejos a cada dia

De desejos 

De crenças 

De acolhimento 

A semear o ano inteiro 

Na busca do bendizer 

Que se renova em cada ser 

Com esperança de um novo renascer

Busque o Natal que existe dentro de você 

Margarida Cabral 

Gotejo

Gotejo 

Pingos caídos na  florada exuberante 

Gotas de ternura que dissipa o olhar 

Na encruzilhada do tempo fico a me contentar 

Das gotas caídas

A molhar o vestido da vida

Com pingos suaves

Colorindo por inteiro a evolução de cada momento 

Com nuances delicadas dando um lapidar verdadeiro 

Ao prisma do viver 

No pingo do orvalho 

Se deseje 

Se faça feliz

Renasça a cada instante 

Deixe o gotejamento de luz

Fazer parte da vivência do cotidiano

Margarida Cabral 

 

Paisagem

 Paisagem 


Recanto manso 
que serenidade 
alumia com tua luz
aventura da paisagem 

da simplicidade 

do recomeço 
da transparência 
dos grãos de areia 
que podem ser catados  pelo caminho
no repente da caminhada avisto um rio
a colorir o recanto com seu vasto azul
em consonância com o céu 
o relevo se apresenta entre montanhas e riachos 
dando a sensação alegórica a enfeitar o olhar 
alivia o espírito 
na escuta do tempo
no movimento das folhagens 
que atiça a estrada 
na calma do coração 
que enternece o ser

Margarida Cabral 




 

Textura

 Textura 


Linha de traço 
Leve
Que se solta 
Ao vento 
Na delicadeza 
Ou aspereza 
Do instante 
No espelhar das cores 
A refletir no espelho 
Dando caras de boas 
No abrigo do olhar 
Sutil 
Rebento de ideias 
Semblante natural 
Que parece ser real 
A se contentar com o tempo 
Figura de instante 
No seu modelar 
Liso 
Ondulado 
Transparente 
Opaco 
Imagem a se renovar a cada momento 


Margarida Cabral 

Clarão do tempo

Clarão do tempo 


Amanhece acariciando a relva 
Inundando cada passagem 
Instilando ternura e afeto
No afago de cada momento 
A se deliciar com a coreografia do tempo 
Que dita o ritmo a cada dia 
Ilustrando a serenidade do viver 

Laço, tempo ,vento 

Rosas a florar 

Risos que contagiam 

Botões a desabrocharem

Encanto d'alma 

Que acalma 

Dos chuviscos  da chuva 

Corpo molhado 

Com nova energia 

No desenhar do tênue caminho 

Margarida Cabral