sábado, 20 de fevereiro de 2021

Estrada afora


 Estrada  afora


Espaço tranquilo 

Rua afora

Aventureiro

Sai na estrada 

Pego cume  na encruzilhada 

Dá uma espiada 

Escada abaixo

Sai reluzente 

Refúgio escape 

Ladeira escorregadia 

Sem corrimão 

Tropeço 

Sacode a cabeça 

Sai pro abraço 

De alegria 

Agito de poeira

Limpa o terreiro

Espanta a ferrugem 

Que escorria com o tempo 

No istmo da passagem 

Segue seu rumo

No escalar  momentâneo 

Rumos partidos 

Vários sentidos 

Cores a aguçar 

Nortenhas sons vibrantes

Nos afagos emocionantes 

Do viver 

Com maestria 

Alegórico 

Pés nus 

Sobre estrelas


Margarida Cabral 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Trago de mim


 Trago de mim 



A verdade que existe em mim

Posso até dizer

No limite do entardecer 

Na vertente do caminho 

De luz a orientar

O clarear não tarda

Sinta o relapejo no céu 

A clarear a passagem 

Com tanta diversidade de cores entre pétalas e espinhos 

Na sutileza da alvorada sinto o pisar pequenino

Mas com o abrolhar do dia tudo tornar-se grandioso 

Arfugentando o agouro disperso pelo latejar do vento

Que solto no teu entendimento 

Com justa aparição de calmaria

Invade a janela da vida

Trazendo solidez a nuvem de passagem 

Que goteja água límpida 

Como se fosse servir de lavagem a alma e o coração 

Margarida Cabral

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Tempo de pandemia


Tempo de pandemia 

Assobio do tempo  
Que leva ao encontro passageiro 
Do cantar, caminhar na vertigem 
A espera dos grãos 
Que aos poucos se soltam das mãos 
Indo de uma escala decrescente de valores
Vagando na mercê do poder
No agito do ser 
Que em sua riqueza de ilusões só tem a calmaria do aguardo
No tempo 
No até chegar 
Na esperança que logo vai passar
No contar corriqueiro de cada dia
Que algumas vezes se alterna em esperança e melancolia 
No intuito de ver  o sol raiar
No arisco nevoeiro dando passagem a uma luz
Que se reacende no leito do chão 
Sem ter cara de pavão 
Espelho grandioso ainda resplandece o viver
Embora tentaram borrar a história do tempo 
Persiste viver e desabrochar num jardim 
Perfumado de flores 

Margarida Cabral 


 

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Espera


Espera 

Silêncio da noite 
Gruta do tempo 
Terraço ao vento 
Silenciar
Apago de palavras 
Livres
Soltas
No espaço 
Vazio
A espera 
Sem expressão 
Aguardo 
Semblante apático 
Estende a mão 
Resolubilidade 
Luz que incide
No caminho 
Na crença 
De verdades
Futuras

Margarida Cabral 

 

domingo, 27 de dezembro de 2020

Tempo

 

Tempo  

Tempo que passa faz uma ancoragem 
Me calça 
Me veste
Me despir 
Faz uma  zoeira  
Sem da trela aos sentidos 
Aguça os ouvidos 
Ao som da alma
Que fala verdadeira 
Sem se conter da lágrima 
Se veste de calma
A exalar o cheiro de jasmim 
Do campo florido
Da noite sem fim
Me despeço por inteiro
Por trás de um sorriso 
Sem escorrer a lágrima 
Que ficou contida no berço do coração

Margarida Cabral  

sábado, 26 de dezembro de 2020

Natal diferente

 



Estou aqui no meio do nada 

No meio do tudo

Diga sim a você 

Se vista nos ares da estação que habita seu coração 

Escute os sinos

Feito cânticos que soam no jardim 

A ecoar no coração como uma miscelânea de vontades

De amor

Respeito

Dignidade

A si e ao próximo 

Aurora do tempo  figura  no semblante de mim

Na licitude  do chão 

Aclamado bendito 

Na contramão do tempo 

Tudo transparece ter sentido

A evoluir no coração 

Sem lástima ou ilusão 


Margarida Cabral 

sábado, 31 de outubro de 2020

Pérolas brancas


 

Mar de pérolas que encanto 

Deslumbre de brilho 

A fascinar  o longínquo olhar

Dando claridade ao amanhecer 

Que contagia no teu envoltório de beleza

Acoitando o tempo 

O vento...

Os olhares sem distinção 

Saberes   a dissipar 

Benevolência no raiar do dia dando continuidade  ao anoitecer 

Diante das estrelas

Dos súditos 

Do infinito 

Eterna rainha 



Margarida Cabral 

Olhar interior