sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Tempo



                                   

No escuro da noite contemplo as estrelas
Que cintilam no vasto céu
Tudo é uma calmaria
Lá na beira da estrada indo de encontro à enseada de repente acaba a calmaria
De repente o antigo arvoredo despenca como papel
Seus galhos inertes debruçam sobre o chão
Quem sabe serão transformados numa pilha de carvão
Fico a espiar pelo estreito caminho
Aquela árvore outrora tão robusta cheia de vigor
E de repente evaporou
Há o tempo não perdoa o passar dos anos
Hora hoje se é menino no desabrochar de uma flor
Na correnteza do vento
No relógio do tempo a juventude murchou
E a maturidade do tempo chegou


                            Margarida Cabral

domingo, 10 de junho de 2018

Aniversário




                                  

Amanheceu novo dia
Acordamos com a dádiva da vida
Que as pessoas se iluminem
Não fiquem inertes
O tempo vai, não retorna mais.
E seguimos com a entoada dos pássaros
Com seus cantos fervorosos a nos alegrar
Fito o clarão do tempo
Enrosco-me no firmamento e continuo a caminhar
Estrelas que abrilhantaram todos os anos vividos
E continuam lá, pra mais anos lumiarem.
Sonha sonhador que as flores do tempo desabrocham no nicho do coração
Deslizo no tempo no aconchego do vento
Por mais um caminhar
Com a aurora da vida a peregrinar

     Margarida Cabral

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Crença de vida




                           
                                                                   
Assoalho do tempo
Raio de luz
Encata-me...
E me conduz
A um desfiladeiro brilhante
Que não se esquiva ao abismo
Da terra molhada que se encharca à medida que o tempo ecoa
Na escalada de cada ano
Pura renovação
De espírito e físico
Sem lastima
De vez em quando lagrimeja uma lágrima ao olhar
Pego o lenço do tempo e não deixo a lágrima rolar

                          Margarida Cabral

terça-feira, 15 de maio de 2018

Sonho dourado








Viva, viva
O momento que se anuncia
Viva o olhar sem melancolia
Viva o mar a velejar... Nos sonhos que flui a cada onda
Viva a terra que pisa com alegria
Tendo a esperança que amanhã será um novo dia
Viva o dia tênue
Que desperta a clamar
Sinta o crepúsculo chegar sem fantasia
Viva, Viva
O encanto do pôr do sol que se perde no horizonte
Se aconchegue na  mudança de cores
Que energiza o corpo com os raios de luz
Fazendo teus olhos fitarem o infinito azul
Sinta a noite abraçar o teu ninho
Entre cobertas de amor
Dando adeus ao dia
Viva, viva...


     Margarida Cabral