sexta-feira, 17 de maio de 2024

Espinhos


 Espinhos 



Suspiro de mim 

Na caída da noite 

Fúria de vendaval 

Escorre pelo tempo 

No gélido caminho 

Do mesclar de palavras 

Quantas vogais  insentidas 

A se rosnar nos descabidos 

Máscara de farpas

Que espalham-se com vestes de trapos 

Movidas no trapézio ao léu 

Transparece como bruxa de papel 

A gotejar contos insólito 

Que dissipa pela chuva 

Sendo levado pela enxurrada 

No arrebito do enfado caminho 

Pedindo que o córrego não seja longo 

Encurtando a encruzilhada 

No livramento da névoa escura

Que por acaso impedia a caminhada 

Arco-íris de sonhos memoriza o instante 

Na salvaguarda tolerante 

Da sapiência do momento 

Que não se curva aos malefícios 

Respirando novos saberes 

Colhendo rosas entre os espinhos 



Margarida Cabral 


domingo, 12 de maio de 2024

Luz


 

Luz


Luminescência do tempo 

Flores ao mar

Busco o teu olhar

Encanto de mãe 

Que irradia cores

Feito um pomar

Colorindo as arestas 

Tudo se torna sigelo e verdadeiro 

Transformando o caminhar 

Com as nuances das flores 

Sem disfarces 

No clarão diurno indo ao noturno com muita luz 

Lumiando as veredas 

Marcando o caminho com pétalas de rosas 

Perfumando o canteiro do coração 

Que exala lembranças inapagáveis

Pulverizando o viver 



Margarida Cabral 

sábado, 4 de maio de 2024

Paz interior


 Paz interior 


Deixe a alegria tomar conta da casa

Que chegue a alma fecunda

Transpira o sonho 

Acorda com a ventania 

Trazendo bons fluídos 

Denotando emoção 

Deixe a luz do dia molhar o espelho do coração 

Parecendo um brilho d'ouro trazendo inspirações 

Que aos poucos vai clareando os corredores do tempo 

Com a leitura atenuante do dia 

Florescendo no rio do viver 

Molhando o corpo e dando uma enxaguada n'alma

No disperto amanhecer 

Revirando o interior transpondo barreiras 

E alegrando-se com o canto do beija-flor

Sorrindo ao vento 

Sem catalogar o tempo 

Mira a liberdade com obstinação 

Nos acordes da alvorada escreva uma canção 

Trazendo um mar de inspiração 

Percorrendo todos os dias no nicho do coração 


Margarida Cabral 


quinta-feira, 2 de maio de 2024

Suspiro


 Suspiro 


Fádico tempo

Lúdico a vapor

Quanta resiliência sem temor 

Aspiro coração de leveza 

Com cânticos novos

Que terce o amanhecer 

Lumiando o orvalho 

No gotejo da chuva 

Que desliza na ladeira 

Lavando a alma da gente 

Enxugando a turbulência do cotidiano 

Dando transcendência do espírito 

Na renovação do ser 

Em busca de ideias novas

Que sublime o viver 

Afastando os malefícios 

E coroando a benevolência 

Na passagem de cada fase da vida 

Lumiando a estrada da existência 

Com a luz divina 


Margarida Cabral 




sexta-feira, 26 de abril de 2024

Chuvisco cristalino



Chuvisco cristalino 


Se acredite 

Se acalme

Se veja

Se sinta

Se ame

A relevância do tempo chega ao ser 

Não têm tempo determinado 

Podendo chegar com os chuviscos da chuva 

Que vai arando a terra do coração 

Drenando as veias em terras férteis 

Para brotarem flores 

De nuances verdadeiras com terminações aveludadas 

O caminhar no canteiro do tempo traz firmeza 

Dando solicitude aos sentidos 

Com sua névoa de cristal 

No esperançar de cada florescer 

Renovando ideias na busca do bendizer 

Através do rabisco de cada manhã 

Com o espelhar do sol 

Trazendo energia e melodias esperançosas 

Avivando o córrego do viver 

Em consonância com o mar de nossa existência

Com aquele cochilo no cotejo da chuva 

Respingo, pingo a molhar 

Neblina ao luar

Encanto do tempo 

A incendiar 

Pássaros a cantarolar 

No bater de tuas asas banho de chuva tomar


Margarida Cabral 















 

 

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Fragmentos


 Fragmentos 


Pedaços soltos a desprender-se do solo 

São pequenas fagulhas que aos poucos clareiam a gruta do coração 

Aguçando os desejos 

Movendo os sentidos 

Embriagados de emoções 

Que ficaram inertes e voltam a florescer 

Na cortina da manhã abre -se  com ventura

Com a  benquerença da formosura 

Segue relampejano no céu cristalino 

Fazendo do céu um carrossel 

Chuvas que molham o solo peregrino 

Reflorestando o verde no sertão 

Dando uma trégua ao estio

Dos ventos revoltos 

Chegando a calmaria ao chão 


Margarida Cabral  


sexta-feira, 12 de abril de 2024

Inovação


 Inovação 



Não se canse de você 

Vista-se  de contentamento com prazer

De saí pra rua

Enamore a lua

Sinta na pele o ardor do sol

No lumiar de cada dia renove o olhar 

Com cores flutuantes que faça uma andança no coração 

Pinte o corpo e alinde a alma 

Fazendo cintilar o tempo 

Sinta a leveza do repensar 

Na mistura de cores 

Que vai evoluindo com os sentimentos adormecidos 

E desperta com o arco-íris enfurecido 

Dando renovação as vestes do caminho 

Que a vertigem do tempo seja o ancoradouro 

De boas escolhas 

De boas-vindas 

Que o relapejo do dia sirva de luminosidade ao anoitecer

E assim vista-se de você 



Margarida Cabral 

Olhar interior