Gotejo

Gotejo 

Pingos caídos na  florada exuberante 

Gotas de ternura que dissipa o olhar 

Na encruzilhada do tempo fico a me contentar 

Das gotas caídas

A molhar o vestido da vida

Com pingos suaves

Colorindo por inteiro a evolução de cada momento 

Com nuances delicadas dando um lapidar verdadeiro 

Ao prisma do viver 

No pingo do orvalho 

Se deseje 

Se faça feliz

Renasça a cada instante 

Deixe o gotejamento de luz

Fazer parte da vivência do cotidiano

Margarida Cabral 

 

Paisagem

 Paisagem 


Recanto manso 
que serenidade 
alumia com tua luz
aventura da paisagem 

da simplicidade 

do recomeço 
da transparência 
dos grãos de areia 
que podem ser catados  pelo caminho
no repente da caminhada avisto um rio
a colorir o recanto com seu vasto azul
em consonância com o céu 
o relevo se apresenta entre montanhas e riachos 
dando a sensação alegórica a enfeitar o olhar 
alivia o espírito 
na escuta do tempo
no movimento das folhagens 
que atiça a estrada 
na calma do coração 
que enternece o ser

Margarida Cabral 




 

Textura

 Textura 


Linha de traço 
Leve
Que se solta 
Ao vento 
Na delicadeza 
Ou aspereza 
Do instante 
No espelhar das cores 
A refletir no espelho 
Dando caras de boas 
No abrigo do olhar 
Sutil 
Rebento de ideias 
Semblante natural 
Que parece ser real 
A se contentar com o tempo 
Figura de instante 
No seu modelar 
Liso 
Ondulado 
Transparente 
Opaco 
Imagem a se renovar a cada momento 


Margarida Cabral 

Clarão do tempo

Clarão do tempo 


Amanhece acariciando a relva 
Inundando cada passagem 
Instilando ternura e afeto
No afago de cada momento 
A se deliciar com a coreografia do tempo 
Que dita o ritmo a cada dia 
Ilustrando a serenidade do viver 

Laço, tempo ,vento 

Rosas a florar 

Risos que contagiam 

Botões a desabrocharem

Encanto d'alma 

Que acalma 

Dos chuviscos  da chuva 

Corpo molhado 

Com nova energia 

No desenhar do tênue caminho 

Margarida Cabral 

 

Carisma

Carisma 

Na solicitude do tempo 

Abrigo o coração 

Feito um conto de fada

Sem assimilar rancor 

Se vista de  ternura 

Aprecie as nuances de cada momento 

Delicie-se com os sabores 

Que o viver  presenteia -te 

Com a gratidão da fala 

Do caminhar liberto

Da escuta com relevância 

Da sapiência do aprendizado 

Ao mirar a terna  janela ao amanhecer 

Sem ensaios premeditados 

O florescer dourado pode está logo ali 

Se pinte de cores 

Deixe o viver te esperançar 

Sinta a névoa da gentileza 

Cerque-se de desejos luminosos 

A oxigenar o corpo e a mente 

Elevando a caminhada do viver 

Margarida Cabral 

 

Flor do tempo

Flor do tempo


Brilho do sol
Luz do tempo
E agora é o momento
De se alegrar
De colorir os olhos com um vasto pomar
Que brotem frutos e desabrochem flores
Encantando os olhos de quem mirar
No acalanto do tempo deslizante
Que tornar-se empolgante
Propiciando um agradável bem - estar
De luzes que cintilam entre a pele e o coração
Fazendo a ternura do tempo brilhar conforme o vento
Transformando-se numa áurea verdadeira

Margarida Cabral 

Sol

 

Sol

Sol ardente 

Luz do horizonte 

Assimilação do dia

Bebe água da fonte 

Que transforma em esperança 

No destilar de cada dia

Na transposição da estrada

Bebe água da fonte 

Pra aguçar o caminho 

Na vertente do amanhã 

Bebe água da fonte 

E se esbarrama de sapiência 

Na sutileza do tempo 

A evolução de cada passagem 

Aspire gratidão 

E devolva  benevolência 

Bebe água da fonte 

Na singela simplicidade 

Margarida Cabral