quinta-feira, 2 de junho de 2022

Casa


 Casa



Casa do tempo quero chegar 
Encanto moído 
Que solta farpas pelo caminho 
Me permite caminhar 
Em atrito com os pés 
Ao chão 
Impulsionados pela leveza dos dendritos 
Assoalho que evapora na pisada
Da casa seca, 
Da casa molhada ,
Da casa florida e abençoada 
Longe posso até ficar
Mas a saudade habita o mesmo lugar
Da lembrança d' água da cacimba 
Do leite com chocolate tirado do peito da vaca
Do entardecer espiando o curral 
Sinto um aberto no peito só em lembrar 
Dos tempos dourados que enfeitaram parte da vida
Mirava o pôr do sol até o último fio amarelo 
Esperava surgir a noite com o céu estrelado
E aos poucos ia adormecendo junto ao cobertor 

Margarida Cabral 



domingo, 29 de maio de 2022

Bailar


 Bailar


A dança do tempo que contagia 
No ritmo frenético a acelerar 
Na constância...
A incendiar a nostalgia 
Dando uma pausa ao momento 
No refletir do dia a dia 
Silêncio se faz 
No calar de segundos 
Boca seca...
Gotas d’água 
Relampejo no respingo da chuva 
A molhar o céu da boca 
De tantas falas e risos 
Esperança renasce 
Sem ser aventureiro 
No arrebito do tempo 
Vou angariando semente 
No terreno singular começa a plantação 
Podendo ser um pé de feijão 
Até chegar a exuberância da palmeira
Na colheita nada escapa 
De costumes e ideias 
Na crença da reflexão 

Margarida Cabral 








terça-feira, 24 de maio de 2022

Passagem


 Passagem 



Dia 
Neblina que cai
Pés molhados
Gruta de felicidade 
Sol que irradia 
Luminosidade 
Poesia
Sorriso 
Crença 
Saudade
Refúgio que alberga o colorir do dia
Na magia da alegria 
Instilando a fantasia 
Aspirando emoções 
Que sejam autênticas 
Denotando verdades
Simbolizando a trilha da passagem 
No córrego da vivência 
Sem transparecer miragem 

Margarida Cabral 

sexta-feira, 20 de maio de 2022

Florescer


 Florescer 



Nada igual 
Caras partidas no meio da multidão 
Silêncio que devora  o coração 
Aspire um desejo
Caminhe pela rua
Inale um perfume 
Abra um sorriso 
Se aventure na calçada 
Descalço...
Caminhe até sentir a brisa do vento 
Bater no peito dando ritmo ao coração 
Na aquarela do tempo pinte cores ternas e brilhantes
No enfado de cada dia se encha de alegria 
Se dispa de preconceito 
Cultive a felicidade 
Amenize a nostalgia 
Se engrandeça a cada dia 
Cante uma canção mesmo seja de saudade 
Dando continuidade ao viver 

Margarida Cabral 






domingo, 8 de maio de 2022

Mãe


 Mãe 


É o viver cada momento 
Com o calor no peito 
Sorriso no rosto 
Braços abertos a acolher cada filho seu
No jardim da vida a florir cada canteiro 
No desabrochar de cada flor 
Florindo o nicho do coração 
Com cobertor recheado de amor
Que só o amor de mãe tem a oferecer 
No grito do tempo transparece uma rocha 
Na pisada do chão é um ser fortalecido
Que agita com ternura o coração dos seus 
Seja noite ou dia está sempre ali
Estendendo as mãos 
Suavizando as tensões 
Com suas melodias esperançosas 


Margarida Cabral 


Inquietude


 Inquietude 


Sabe,sei
Nada ficou para trás 
Tudo vem com o florescer 
Basta colorir o que estava vazio 
Seja abstrato ou concreto 
Desde que haja sintonia 
Com o coração 
De pétalas jogadas ao chão 
Peregrinando a estrada na pisada do tempo 
Sem temor do perguntar 
Sabe,sei
No canteiro de ideias 
Vai abrandar o desalento 
Que aos poucos vai sendo consumido 
Pelo desabrochar da razão 
O varal da vida se apresenta em vários tons 
Aproveite-os
Deixando a inquietude se aquietar 
No sorriso do rosto 
Nas batidas do coração 
Num aperto de mão 
A causar emoção 

Margarida Cabral 

sábado, 7 de maio de 2022

Alvorada


 Alvorada



Relampejo do tempo 
Tudo se transforma num instante 
Basta o sopro do vento 
A tanger os agouros para ficar bem distante 
Dando lugar ao sopro de luz
A irradiar reflexo de alegria 
Iluminando o teu ser com brilho de cada dia
Dissipando energia além dos montes 
Em raios de contentamento 
Com a pureza do amanhecer 
Sem ditar normas
Com a brisa de cada momento 
Suavizando o viver


Margarida Cabral 


Olhar interior