sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Pilares


 Pilares




Solo que piso não só por pisar 
São pegadas verdadeiras a desbravar 
Na luz da aventura 
No túnel...na rua escura 
Que vai clareando a cada amanhecer 
Na gota do orvalho 
Fazendo cada dia renascer 
Que fica a girar 
No alto do penhasco de tantas tentativas 
Lanço o pensar entre cordas
Galgando cada letra no bolero de rochas 
Renovador...
Do dançar de palavras 
Na acuidade do vento
Que sopra as cordas do momento 
Saltitante ...
Um resmungue aqui outro acolá 
Segura sem se deixar cair 
Das mãos que foram somadas 
No atiçar do companheiro amigo e  irmão 
Quanta ternura dos altos montes 
Elos entendidos na planície verdejante 
Do princípio do coração 
Que não se faz de mudo  
Solta palavras calientes 
Chegando ao terno ouvidor
Diante de tantas escaladas 
A caminhada galgou 
Vencedor...
E ao topo chegou


Margarida Cabral 








quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Véu do tempo


 Véu do tempo 



Aspiro o floral das rosas
Nativas  ...exalo o perfume no brotar da flor
Na fineza do canteiro
Que fica a se lumiar pelo candieiro 
No desabrochar de cada flor
De pétalas brancas  até  azuis norteando a paz
Que está dentro de si
Na transparência do outro
Que se enche de gostos
Se deixando colorir por qualquer cor
Pra se fazer notar
Espalhando o amor
No véu do tempo 
De tecidos finos a se evaporar 
Nas tintas do ocaso colorido com pincéis 
Chegando com a aquarela cambiante ao coração 

Margarida Cabral 





segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Lago

Lago

Sinto pedras pela caminhada 
Que deslizam pelas ruas
Que as vezes parecem nuas
Sem agasalho do dia e as vestes da noite
Se despindo de amor
Ao longo do lago a colorir o anoitecer 
Citilando a água azul com a luz da lua
Restam gotas de esperança 
A refletir na beira da estrada 
Na estampa dos desejos e crença do coração 
Abre-se um sorriso de contentamento 
Da pisada do tempo 
Que bate sem tormenta 
No campo da espreita da alma 
Que desencanto...
Do sublime caminhar 
Dando espiritualidade ao viver 


Margarida  Cabral 






 

domingo, 12 de setembro de 2021

Ensaio


 Ensaio



Tranquilidade que sinto
Da transparência do rio
No trêmulo debruço do barco que faz ancorada 
Das vestes molhadas ...
Que ficaram encharcadas com o desdém do tempo 
Ensaio que dar continuidade ao livre pensar
De letras que se agregam as palavras
Dando explicações aos motivos 
Do  silêncio ...
Da lágrima que  desliza sobre o rosto
Do não querer na realidade do momento 
Desejo fantasiar o tempo com passadas aleatórias 
De alegria... eufórica  do deslize da ventania 
Trapaças tento criar querendo um refúgio 
De reflexão 
Que tudo passa
A alegria volta 
O retorno do sorriso a enfeitar o rosto
Que se encaramelou com risos verdadeiros
Fazendo o redemoinho do tempo acreditar que a vida é um ensaio de valores 
E a cada dia só queremos é recomeçar 

Margarida Cabral 






quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Recanto


 

Recanto 


Manso tempo  que me acompanha 
Faz respirar 
Ao vento
Tento
Colorir o céu com tintas verdadeiras 
Que possam me fazer acreditar de alguma maneira 
Na força de um ser maior
Que preencham frestas de anseios 
No largo do peito
Que tem horas que fica até sem jeito 
Com asilo da dor
Que se espalha como um dilúvio 
Até enxergar a ternura da flor
Olho a estrada distante na rampa do meu pensar
Sinto sibilos... Deus ali está 
Sacudindo a estrada do vento 
Com tanta fé que volto a acreditar 
No viver de cada momento 
Trazendo melodias esperançosas 
Do dia
Da noite que se pronúncia 
Na relevância do ser
Que sente a esperança renascer 
Deus comigo estar


Margarida Cabral 


terça-feira, 7 de setembro de 2021

Amor


 

AMOR

 Você é um amor
Amor de que
Que sopra ao ouvido
Que se guarda o tempo inteiro sem se mostrar
Segue caminhando entre ruas e ruelas até encontrar um cobertor
Que não cobrar só o rosto
Mas que envolva o corpo e a alma por completo
Ah! Você é um amor
Que encontrei num canteiro ou no jardim coberto de flor
Vejo a margem que desalinha o caminhar
Sentindo a água bater nos pés e molhar
De repente tenho vontade de mergulho neste rio
Como fosse de encontro aos teus braços
E me agasalhar
Continuei a caminhar e encontrei pelo caminho um beija-flor
Que beija tantas flores
E senti um desejo de beijar meu amor
Sentindo teu perfume feito um beija- flor
E espalhando o amor por onde andou
Margarida Cabral 

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Vestes da gente


 Vestes da gente 




Temperando o dia com o calor do corpo 
Nostálgico assoalho que impera leveza
No mudar de cores
Se distingue em sua nobreza
Das vestes brancas de ternura 
No furtar de cor esperançoso 
Desabrocha uma flor
Pra suavizar as vestes aderidas ao assoalho do corpo
Que aos poucos se solta 
Dando evolução a liberdade 
De ideias, fala e escuta 
Vai se despindo a cada passagem 
Das nuances que encontrou pelo caminho 
Sem lástima  ou delírio 
Na solidez do conviver com as vestes que a gente quer 
Seja de renda ou de chita
Valorizando o teu ser
Que se despi do que não quer
Se inteirando dos valores de libertação 


Margarida Cabral 

Olhar interior