segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Como assim


 Como assim 


Talvez seja assim 
Do canto da casa
De cima do telhado 
Canteiro do jardim 
Do florescer das rosas
Da água que goteja pela torneira
Do cheiro da comida 
Do fogo que acende o coração 
Sem escolher especiarias 
Fazendo tudo com simplicidade 
Do balança da rede 
Do espiar o horizonte 
Deglutindo a cada nuance
Com cores de encher o olhar
Do queijo que derrete no tacho
Do cheiro da casa como se fosse flor de jasmim 
Das pisadas que ainda transpira o viver 
Renascendo a cada amanhecer 

Margarida Cabral 








 

domingo, 22 de agosto de 2021

Sonhos


 Sonhos 



Se vista de sonhos 
No passar de cada dia
Se enamore de você 
Com clareza 
Solidez que só o tempo pode dar 
Sinta a felicidade brotando 
Como um dilúvio em forma de flores 
Espalhando contentamento do dia a dia 
Seja água 
Seja peixe
Deixe a nascente do rio te  molhar
Não só os cabelos, mas a alma
Dando um mergulho de leveza 
Que se solidifica com o encanto de você 
Molhando com ternura cada passagem por onde passares

Margarida Cabral 

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Assim


 Assim 


Como serei se não sei como  sou
De paz com a vida
Sou carne 
Sou osso
Sou serpente 
Ou simplesmente uma flor 
No jardim da vida
Ao sopro do vento 
Que destila a saudade 
Vai espalhando cores
Saboreando os sabores 
Se encantando...
Pausando o cotidiano 
Dando continuidade aos sonhos 
Que se avizinha ao corpo
No refúgio de si
Alegórico tempo
Esperança que desperta a cada manhã 
No sigilo do dia dando continuidade na euforia do anoitecer 
Trocando as vestes do tempo 
Por um novo amanhecer 

Margarida Cabral 







sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Inspiração





Agregar ao cotidiano a vertente do olhar
Estabilizar o tempo com a leveza da manhã 
Saciando o dia sem agonia 
No meio de cores
A se unirem aos sabores
De paz a destilar a fenda do tempo 
Que arremessa ao canteiro real
Com abertura de flores 
A colorir o jardim sentimental 
No alto do monte rabisco uma olhada 
Lá um tanto distante dou uma espiada 
No vilarejo que se anuncia verdejante
Colorindo o vasto chão 
Sai por aí 
Espanta 
Canta
Acredita
A liberdade está logo ali 
Pode ser só 
No meio do povo
No canto do canteiro 
Debruçado no travesseiro 
De joelhos no chão 
Sem sentir solidão 

Margarida Cabral 






 

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Disfarce


Disfarce 


Desço a ladeira 
Esqueço da escada
No resguardo de cada dia
Piso em cada degrau 
Cauteloso 
Ligeiro 
No reencontro do tempo 
Sinto o gotejo da chuva molhar as ideias
Cortando os cabelos 
Belo disfarce 
De gestos 
Dos gostos 
Da sabedoria que acende feito chuva de verão 
Sem destravar o tempo 
Na constância da imaginação 
Acariciando o  corpo com os raios da manhã 
Ilusão 
Satisfação 
Gruta de segredos 
No temperar do tempo dando continuidade ao viver

Margarida Cabral 



domingo, 25 de julho de 2021

Lugar

 

Lugar



Vilarejo do tempo que ancora em algum lugar

Faz em mim uma vertente de pensamentos 

Transformando os momentos em solidez 

De ilusão 

Dando mãos a satisfação 

Podendo ir além do imaginário ao real

Sem causar dissabor 

Do presente ou passado 

Entranhado istmo que acende  o caminho do coração 

Sem ter cara de  vilão 

No complemento de cores que renova os sentidos 

Com clareza de amores cristalinos 

Atenuando a compaixão 

De cara limpa e cristalina 

A reluzir na floração de cada dia

Sem disfarce  ou agonia

Até ir de encontro ao sonhado cobertor 

Que não  cubra somente  as orelhas 

Mas se arraste pelo corpo inteiro como um jardim de flores 

Inalando seus perfumes que se ramifica na correnteza do amanhã 

Despertando a crença escondida no assoalho do coração 




Margarida Cabral

sábado, 10 de julho de 2021

Recanto


Recanto 


Guardo no tempo a alusão do amanhã 
Sereno ,calmo  sem enfado 
Luz que acende como raio de cristal
Aprimorando o brilho sem igual 
No canto da sala
No tabuleiro do quintal 
Incendiando os pensamentos 
No calor das ideias 
Do degrau
Das portas abertas
Pra luz da lua
Sem veste ... nua 
Acalento sincero me faz respirar 
No discípulo do tempo 
Na lucidez do agora
Claridade do amanhã 
Ressurgi no canteiro 
A saborear a sombra da gentil moringa 
Regozijo com o cantar dos pássaros 
A orquestrar o cotidiano 
Com sua sinfonia eufórica 
Bem-dizendo o viver 



Margarida Cabral 










Olhar interior