quinta-feira, 15 de abril de 2021

Sensatez


 Sensatez

Aguardo do tempo

Ao  rugir do vento

Dando sopro nas janelas 

Acordando  o  entardecer 

Feito ribanceira a  escorrer na ladeira 

Atiçando o bem querer  

Sacudindo  a poeira que fica contida no peito 

Disfarce de grãos mal resolvidos

Com tanta aflição 

Que chega de mansinho querendo adormecer o coração 

Que aspira por renovação 

Do viver físico em busca do fortalecimento    espiritual 

Olhando o revolto tempo

De pessoas a passar

Do invisível que continua a se dissipar 

E os crentes de espírito continua em oração 

Na esperança de um novo alvorecer


                          Margarida Cabral 

domingo, 11 de abril de 2021

Calma


 


Remanso tempo 

Eis- me aqui

No levantar da inquietude 

Do caminhar cauteloso 

Sem destempero 

Do dia

Do vento

Do tempo

Da  agitação do ser

Na leveza do acordar

 Do caminhar  renovado

Entre respingos da chuva

Na sinceridade do tempo contemplo o vasto céu                                              

Com o brilho das estrelas me sustento no infinito 

De espírito  cristalino 

No semblante  do riso

Que acalma a alma da fragilidade de cada dia

Acalentando a nostalgia acelerada no peito 

Suavizando cada momento que se espelha na esperança do ser


Margarida Cabral 

sexta-feira, 19 de março de 2021

Pedaço do tempo


 


Que a palavra seja deslizante 

Atinja degrau  distante  

Na essência do que é bom   

Cruze a avenida

Não se canse das curvas

Mesmo em dia de chuva 

Deixe molhar o canteiro

Que floresce no coração 

Faça uma pausa 

Escuta, escuta

Uma canção ela pode até está longe 

Mas chega com vibração 

Dando sustentação ao vazio que ancorava no leito 

 Afugentando a saudade que se fazia presente no peito 

Dando lugar a um novo caminho   

Trazendo felicidade diante da maestria da saudade 

Fazendo a aurora da vida renascer 


Margarida Cabral 

quarta-feira, 10 de março de 2021

Aparências


 Aparências 

Nevasca do tempo que corrói o sino

Da avalanche da caminhada  

Sem rumo na calçada 

Perdido lá  fora ...incerteza 

No surdo caminho aventureiro 

Um pé aqui outro acolá 

Tenta um agito

Na inatividade ocasional 

Espia o horizonte 

Acredita na luz 

Sossego

Cai a chuva

Relampejo 

Sonhos feitos nada desfeitos 

No vulto do tempo 

Aparição 

Transparência de desejos  

Alvorada respira

Dando continuidade ao florescer 

Com raios de contentamento 

Que ainda vive...

Margarida Cabral 

sexta-feira, 5 de março de 2021

Cada dia


 Cada dia

Na casa do tempo  vou seguindo meu abrigo
Na calada da noite  levanto os olhos pro céu 
Vejo-me nunhuma nuvem que não é de papel 
De repente me deparo com a moringa  
Na espreita do balançar das folhagens tecendo sonhos 
Que inspira o ar na pureza do anoitecer 
Expelido rosas ao vento ao amanhecer 
Na trombeta longínqua do exílio  a fomentar sopros da natureza
Na empatia da beleza 
Tento ficar sem alvoroço 
Alimentando a luz do alvorecer 
Entre canteiros de trovoadas a sacudir os pés 
Levantando a poeira cristalina nas asas da imaginação 
Que vão além do coração
Sem deixar de ser você 

Margarida  Cabral 

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Estrada afora


 Estrada  afora


Espaço tranquilo 

Rua afora

Aventureiro

Sai na estrada 

Pego cume  na encruzilhada 

Dá uma espiada 

Escada abaixo

Sai reluzente 

Refúgio escape 

Ladeira escorregadia 

Sem corrimão 

Tropeço 

Sacode a cabeça 

Sai pro abraço 

De alegria 

Agito de poeira

Limpa o terreiro

Espanta a ferrugem 

Que escorria com o tempo 

No istmo da passagem 

Segue seu rumo

No escalar  momentâneo 

Rumos partidos 

Vários sentidos 

Cores a aguçar 

Nortenhas sons vibrantes

Nos afagos emocionantes 

Do viver 

Com maestria 

Alegórico 

Pés nus 

Sobre estrelas


Margarida Cabral 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Trago de mim


 Trago de mim 



A verdade que existe em mim

Posso até dizer

No limite do entardecer 

Na vertente do caminho 

De luz a orientar

O clarear não tarda

Sinta o relapejo no céu 

A clarear a passagem 

Com tanta diversidade de cores entre pétalas e espinhos 

Na sutileza da alvorada sinto o pisar pequenino

Mas com o abrolhar do dia tudo tornar-se grandioso 

Arfugentando o agouro disperso pelo latejar do vento

Que solto no teu entendimento 

Com justa aparição de calmaria

Invade a janela da vida

Trazendo solidez a nuvem de passagem 

Que goteja água límpida 

Como se fosse servir de lavagem a alma e o coração 

Margarida Cabral

Olhar interior