domingo, 27 de dezembro de 2020

Tempo

 

Tempo  

Tempo que passa faz uma ancoragem 
Me calça 
Me veste
Me despir 
Faz uma  zoeira  
Sem da trela aos sentidos 
Aguça os ouvidos 
Ao som da alma
Que fala verdadeira 
Sem se conter da lágrima 
Se veste de calma
A exalar o cheiro de jasmim 
Do campo florido
Da noite sem fim
Me despeço por inteiro
Por trás de um sorriso 
Sem escorrer a lágrima 
Que ficou contida no berço do coração

Margarida Cabral  

sábado, 26 de dezembro de 2020

Natal diferente

 



Estou aqui no meio do nada 

No meio do tudo

Diga sim a você 

Se vista nos ares da estação que habita seu coração 

Escute os sinos

Feito cânticos que soam no jardim 

A ecoar no coração como uma miscelânea de vontades

De amor

Respeito

Dignidade

A si e ao próximo 

Aurora do tempo  figura  no semblante de mim

Na licitude  do chão 

Aclamado bendito 

Na contramão do tempo 

Tudo transparece ter sentido

A evoluir no coração 

Sem lástima ou ilusão 


Margarida Cabral 

sábado, 31 de outubro de 2020

Pérolas brancas


 

Mar de pérolas que encanto 

Deslumbre de brilho 

A fascinar  o longínquo olhar

Dando claridade ao amanhecer 

Que contagia no teu envoltório de beleza

Acoitando o tempo 

O vento...

Os olhares sem distinção 

Saberes   a dissipar 

Benevolência no raiar do dia dando continuidade  ao anoitecer 

Diante das estrelas

Dos súditos 

Do infinito 

Eterna rainha 



Margarida Cabral 

sábado, 17 de outubro de 2020

Sereno


 Sereno

Ira do tempo 

Desfiladeiro...

Palavras...

Gestos diurnos chegando ao cume 

Atropelos ...

Inversão de olhares 

Apelos...

Do canto da sala

Do fundo  de quintal 

Ânimo...

Do colorido céu 

Feito nuvem de papel 

Sólido ...

Que não se desfaz 

No rolo da teia do tempo 

Se veste na fantasia do momento 

Segurança...

Que se arrasta pela rua 

Tropeço...

De corpo e alma 

A espera de um fio de  esperança 

Vestindo a rua com luzes de bonança 

Margarida Cabral  

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Aguardo

 Aguardo 

Teia da alma 

Canteiro reflexivo 

De vestes rasteiras 

No sápido  interior 

De olhares constantes 

Com sentido interativo 

Na vertente do caminho 

Enlace os gestos e costumes 

Imagine um círculo com todos os sabores 

Podendo sentir a liberdade sem dissabores 

Do caminhar pela rua

No casulo da casa 

Sem aflição

Poder sentir os pés no chão 

Com libertação 

 

Margarida Cabral 


terça-feira, 15 de setembro de 2020

Sentimentos


 Sentimentos


Claro da lua

De costa pra rua

Tento me esconder

Me visto de saudade

Das aglomerações vigentes

Que atropela o cotidiano

No cansaço que açoita o tempo

Sem determinação

Do respirar ao ar livre 

No acolhedor quintal 

Exuberante verde das folhagens

Em harmonia com o azul do céu

Onde a visita do sanhaçu se torna constante

Com seu sublime cantar

Me cativa a repensar...


Margarida Cabral

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Riqueza do tempo



A riqueza do tempo se faz ordeiro
Sem esperar pelo vento
Num estalar de dedos se foi
Se encante com cada dia
Não se deixe esmorecer
Viva com autenticidade
Seja você
Não se deixe abater
Veja o brilho pelos ares
Sinta o deslumbre com a caminhada
Procure esquivar-se dos atropelos
Se jogue nos bons fluídos
Que interage  com teu ser
Na harmonia de esperança
No amparo da luz
No florescer de cada manhã
Acordando e sentindo a relva a teus pés

Margarida Cabral

Olhar interior