quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Silêncio

Silêncio 



Quieto tempo

Refúgio do mar

Acalanto que desliza nas ondas

Num sublime olhar

Na chama que se ascende no interior

E se veste de glamour

Até chuvisca para renascer

E silencia sem entender

Alvorada de luz que me leva a algum lugar

De vestes macias

Atenuando o calor do dia

No entardecer da calmaria

O arco-íris fico a admirar





Margarida Cabral

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Vazio




Busque o tempo

Encontre o olhar

Na imensidão no espaço pode até achar

Nos escombros do leito

No largo da rua

No refúgio da praça

No canteiro da calçada

No florescer do Jardim

Pode estar dentro de mim

Acorda suspiro adormecido

Que delira no clarão da lua

Sem vestígios de ilusão

Tudo bem pensado com o florescer do coração


Margarida Cabral

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Lágrima




O solo encharcado com a poeira do vento

E meus olhos a lacrimejar lágrimas de poeira

Que resistiram ao tempo

Sem descontentar os sentimentos que fizeram parte dos pensamentos

Fazendo morada no meu coração

As gotículas que caíram foram se solidificando

Com o espaçar do tempo foram se diluindo transformando-se num colorido jardim

Se ramificando feito um véu de flores

Servindo de sustentação ao bem querer

Dando euforia ao viver


Margarida Cabral

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Espera




Aguardo no silêncio

Da mansidão

Dando trégua ao tempo

Na espera da explosão

Que pode ser de gestos

Da linguagem

Do espiar longínquo

Açoitando o vazio da estrada

De vez em quando dou uma olhada na encruzilhada

Querendo ver até uma miragem

No deserto da solidão

Mas a nuvem vem de passagem fazendo respingar no coração

Dando um brilho na caminhada


Margarida Cabral

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Canteiro


Canteiro 

Sinto longe o olhar

Da leveza

Do arrepio

Da ternura

Do abraço

Dos caminhos

Quanto florescer

Que se aglutinaram

Na correnteza do vento

Que se agasalharam

No único nevoeiro

Remanso do tempo

Que se afugenta no terreiro

Num sublime canteiro


Margarida Cabral

Primavera







Primavera de caminhos floridos venho te encontrar
Para vivenciar este período de completo florescer
Deixem as rosas invadirem você
Não só o corpo, mas a alma, o coração
Se envolva com ternura e emoção
Espalhe as rosas
Doai rosas agregadas ao amor
Nem precisa ser atada ao laço de fita distribua-as
Ao seu amigo
Ao seu irmão
Faça uma corrente de rosas
Deixem flutuarem na ternura que mora no coração
Façam desembocarem entre rios e mares
Levadas pela correnteza que habita em teu ser
Que elas irão se desabrochando por onde passarem
Incumbidas de renovação
Que exalam vínculos de amizades e amores
Façam transparecerem com muita energia
Que vigore a cada dia como um caminho de flores

Margarida Cabral - todos os direitos reservados
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segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Refúgio




Em mim

Encontrei a estrada

Ah! Minha moça

Como é tortuosa a caminhada

De pedras a deslizar

Feito vertente de rio

Indo de encontro ao mar

Às vezes dá uma paradinha no caminho

Pura reflexão

Sem torna-se enfadonho

Só no suspiro da razão

Agito de vento que terce os pensamentos

Oriundos do pequeno refúgio que outrora fez morada no coração

E hoje voa com liberdade

Sem ilusão


Margarida Cabral

Olhar interior