Névoa

Névoa 

Branca , lilás diversidades de cores

Climatizando o ser

Com as vestes do tempo

Emitindo ruídos sem danificar os ouvidos

Que se preitam na escuta no momento

Trazendo de volta o redemoinho do coração

Refletindo recordações

Que passaram feito um furacão

Sem deixar ilusão

No patamar do esquecimento

O tênue caminho continua sem mágoa

Só apreciando o momento com as interações de cores

Que refletem feito um arco íris

Vivenciando os adornos que contornam o coração...



   Margarida Cabral



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Quadro

 

Figura de traço

Paisagem de trapo

Mera fantasia

Que arrepia

No olhar

Se reluz                                             
No aventureiro do quarto
Tu se mostra de verdade deixando transparecer o verdadeiro ser

O tempo não ocultou as linhas traçadas

Que foram tão bem ilustradas na paisagem do viver

   



   Margarida Cabral





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Sentimento

                                     

Sentimento de mim

De ti...

Clima gritante, suspiro alucinante.

Entre linhas do tempo

Que evapora ao léu

Como se fosse feita de papel

Mas na realidade se firma no real

Sem apagar as lembranças

Que se molham nos pingos de chuva

Há encharco que vibra no ser

É só alegria no viver

Que transparece no rio da rua

Indo de encontro ao lumiar da lua

E se joga nos raios do sol

Que clareia o tino alocado no coração

       Margarida Cabral

Mansidão

Calma que alivia
Que refúgio
No semblante do coração
Que aos poucos se alinha
No nivelar do tempo
A procura do sussurrar do vento
A soprar de encontro a montanha
Sem tormento
Fico a contemplar
A passagem do tempo
Que alegria, contentamento sem solidão
Que se completam no prisma do tempo
Açoitando as cores que colorem o coração
Que alívio é só mansidão...

       Margarida Cabral

Cânticos poéticos

                                         

Cânticos poéticos 

Cante, cante o dia

Cante alegria

Cante a solidão

Cante a nostalgia

Cante uma canção

Cante a noite

Cante o frio 

Cante o calor

Cante o coração

Cante o corpo

 Cante a alma

 Cante o suspiro

Cante o viver...

         Margarida Cabral

Atitude

                                            

Vou vedar minha boca

Ficar sem palavras

Para os alheios distintos

Fechar meus ouvidos

Das escutas indevidas

Recolher-me ao canteiro iluminado pelo candeeiro

No templo da contemplação

Só o apreciar do clarão da lua se espreitando pelo terreiro

Lumiando as ideias sem arquivá-las ao esquecimento.

                   Margarida Cabral

Interior

                   

Quanto mais me visto

Olho-me no espelho

Ficando parada refletindo

O visualizar externo

É pura estética

São momentos passageiros

Fico a flutuar a minha visão interior

De desejos infindos

Não tem comparação igual

São escavações internas difíceis de encontrar

Não podem ser montagem

Mas sim sinceridade

Que independe do olhar

Da jardinagem que habita o coração

Sem ser nuvem passageira

E sim nuvem que se aloca no desejo da alma

Emitindo raios de luzes

Que ramificam o corpo por inteiro

Energizando com uma áurea

Sem distinção de faces...

           Margarida Cabral