quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Vento


O tempo passa
Voa similar ao passarinho
Quando olhamos para o lado exauriu-se
Não tem retorno
O vento passou
A chuva se foi na enxurrada
Já molhou o celeiro
Inundou o canteiro
E floriu rosas
Aguçou os sentimentos abrandando o coração
A caminhada já foi corrida
Hoje mais passiva saboreando o florescer do tempo
Com o brilho do sol iluminando o viver

    Margarida Cabral

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Cânticos de vida


Quem sou eu diante do acalanto da noite
Refugiar-se no clarão do dia
Sem prender-se pela  fantasia
A espera de cânticos
Que ecoam límpidos sem disfarces
Na solidão da mata
No lugarejo distante
Que fica bem ali atrás do monte
Fazendo curva na estrada
Indo de encontro a cachoeira na beira do caminho
Ouvindo o canto da passarada
Que alegra a nostalgia até fazer ecos de felicidade
Subindo o monte no ápice do entardecer
Revigoro a alma dando continuidade ao dia
Sem clamor ou agonia

                Margarida Cabral

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Realidade


A alegria do tempo
O agito do caminhar
Paro um pouco
Olho ao redor
Quantas desavenças
Desequilíbrio, quanta indiferença com teus irmãos
Ambição que derrete com o vento
O solo fica úmido, tantas lamentações
Falta a escuta
Tanta soberania
Falta a humildade
Quanto egoísmo
Que rasteja pelo chão
Com o desalinho não sei se teremos superação
Fito a miragem daquele pôr de sol
Que ainda respira
Na esperança de um viver melhor

      Margarida Cabral - todos direitos reservados

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Luz do tempo


Luz do tempo
Claridade de névoa
Que respinga no celeiro
Com tanta luz
Que encandeia
Clareia, semeia
Reluz, seduz e conduz
A elevação do templo
Da espera
Da procura
Da aceitação
Da lágrima que escorre pelo rosto desnudo
Mas o clarão do tempo volta a  lumiar -te
Com perseverança a travessia do tempo

    Margarida Cabral - todos os direitos reservados

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

INICIAÇÃO



Guardo em mim o refúgio do tempo
Que ancora ao vento
Sem perder o destino da revoada
Bate vento no celeiro do coração
Alternando a teimosia que destila em palhas remotas
Aguça as traças que lapidam páginas perdidas na imaginação
Tênue tempo que invoca a vivência
A sedimentar por ariscos córregos
Dando crença sem turbulência
Fazendo acreditar num novo começo


       Margarida Cabral

Olhar interior