segunda-feira, 7 de novembro de 2011

ABALOS




Nada mais me abalou quando  você partiu
Tudo ficou insólito sem luz sem foco
Parecia que o mundo tinha deslocado do seu eixo habitual
Quanta diferença de encantos
O meu coração ficou sombrio
O dia não tinha inicio ou fim parecia vagar num espaço infindo
Procurei pela lua para mirar para saber se existia uma luz a iluminar
Contei estrelas
Vi o  nascer do sol ...e  se pôr no horizonte
Como é difícil conviver com a  ausência que nos afoga o coração
Lembranças contínuas que ficam a vagar
Na esperança de um dia esta dor venha se atenuar
Se acomodar no meu peito sem deleito sentido falta de um cobertor
Que se mudou para outro mundo e nunca mais voltou.

Margarida Cabral

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Ousadia

Eu sou eu
Você é você
Quanta incerteza em cada olhar
De caminhos partidos
Que se perderam nos desencontros
De avenidas ou ruelas
Que ficaram em tempos  sóbrios
De firmes afetos atenuados pelo tempo
Quanta desilusão não inserida no contexto  da paixão
Que se perderam com o tempo no mar da desilusão
Que se expuseram ao relento de solidão
Sem agregar algemas de compaixão
Continuando no firme propósito do bem querer
Sem jamais dizer não ao medo do fazer
Criando espaços ilusórios que vagam no caminhar
De credos antigos e novos que sopram ao vento da imaginação
Reencontrando o equilíbrio de esperanças que ecoaram ao relento
Buscando exalar o tédio que ora impera sem se agregar no seu pensar
Retórica longínquas que tentamos eclodir
Do casuísmo  que se enlaçam que nos impede  de seguir

Margarida Maria Tinôco Cabral Souza





Olhar interior