sábado, 23 de fevereiro de 2013

SEDUÇÃO



                                              


No crepúsculo do tempo fico a meditar
Naquele céu estrelado que me faz sonhar
Com a nuvem branca que flutua no ar
Trazendo a imagem daquele chão estrelado que ficou a saltitar
São momentos únicos e verdadeiros
Não desejo perde-los, e sim ficar o tempo inteiro.
Sem angustiar o coração
Desejo ampliar o tempo
E sentir os desejos se alojar na minha mão
Sem nenhuma precipitação
Com o caminhar do tempo fico a desejar
Que estes momentos tomem conta de mim por inteiro
Faça-me sentir sem timidez
O que quero encontrar
Seja na relva
Seja no mar
Basta um sopro do vento para idealizar
Aqueles desejos incutidos que voltam a brotarem


Margarida Cabral

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

SONHOS ILUMINADOS

















                                       


Nada mais sei
Sem nenhum temor
Vê-me diante do deserto, ou num jardim cheio de flor.
Onde se espalhem os risos como um cobertor
Que se expandam pelas asas de um beija-flor
Caminhando pelo leito do rio a mirar o reflexo do sol
Iluminando o caminho como um farol
Ah! Belo clarão que incendei, chega até atordoar.
Dando forças e vitalidade para continuar
No relampejar do tempo é mais um desafio
Que se abre feito um leque
Denotando diversidades de cores
A colorir o caminhar
Basta o toque do dedo para tudo se enfeitar
Trazendo alegria e se dando as mãos
Num gesto de desejo
Que agita o coração.

Margarida Cabral


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

MERGULHO



    Mergulho 

 

Sairemos por aí em busca do bem - querer
Parece fantasia, mas estamos diante de um novo florescer.
De mergulhar no tempo como se fosse o mar
Navegando em águas límpidas como a neve
Lançar o anzol
Sem se preocupar com a isca
Tente se deliciar com esta pescaria
Pense no amor
Imagine um sorriso
Sinta o vento soprar seu rosto
Deixe os cabelos desalinharem conforme o vento
Sinta a leveza do teu corpo
Que compartilha com um elo de tranquilidade
De tão leve podes até flutuar
Em sonhos que foram esculpidos no retalhar do tempo
Que hoje paira só a felicidade
No seu nicho de contentamento...

Margarida Cabral

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

ENTARDECER EM BÚZIOS



                          


O vento com seu ruído a soprar pra lá e pra cá
A noite não tarda em chegar
Fico no alpendre a me deliciar com tanta ternura
Fito o mar a minha frente num azul cinza que desponta ao longe
Ouço as agitações das ondas que se espaça com o vento
Tudo é tão tímido e simples
O sol continua a se esconder atrás do morro...
E a noite continua  a surgir com tuas estrelas brilhantes
Que ofusca o olhar
Lapidando o tempo fico a recordar
Deito na rede a balançar
Com o pé na parede fico a me embalar
Contemplando esta paisagem que não é miragem
É a praia de Búzios que fico a admirar...

Margarida Cabral

domingo, 13 de janeiro de 2013

CASO DE AMOR

Amor bandido que grita no meu peito
Jamais será esquecido
Nunca foi fingindo
Acompanha as estrelas, os raios do sol
Segue iluminado feito um farol
Adentra a estrada da vida
Sem fazer parada
Passa pelas encruzilhadas sem olhar as paisagens
Tudo parece miragem
Não enxergar uma flor
Que desabrocha num canteiro com tanto amor
São flores vermelhas, brancas e amarelas
Que enfeitam a estrada por onde passou
Não deixa um rastro para encurtar o caminho
Que se deleita pelo teu amor
Passa tão rápido sem deixar pegadas
Tentando apagar as marcas do que ficou...

Margarida Cabral

sábado, 12 de janeiro de 2013

SONHO PERDIDO

Retalhos do tempo que se espalham em filamentos
Desfiando o vento de sonhos partidos
Fazem parte de uma longa estrada
Que temos que percorrer
Acreditar sempre ...
Buscar o florescer
Alimentar esta semente que volta a crescer
São raízes enfincadas em terra nobre do coração
Pode passar o tempo, mas elas não seriam perdidas
Basta uma dose de estímulo para poder ressurgir
É como fosse um oásis perdido
Com o tempo o caminho é reencontrado
No grito do coração
Fazendo brilhar as chamas de contentamento
Dando esperança ao sofrido coração
Que espera a algum tempo pelo sonho perdido
Pra seguir com sua paixão...

Margarida Cabral

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

ASSOALHO DO TEMPO

No abrir dos olhos tento um refúgio
Como se fosse uma vertente a me  acalmar
De tantos desalentos
Que pondera no tempo
Embalsando minha alma
Sem dizer o porque
Me visto de vermelho
Me olho no espelho
Busco refletir melhor
Nos raios luminosos que incidem no caminhar
Retalhando os pontos luminosos que estão alocados em algum lugar
Seja de esperança
De fé
São retalhos de cetim
Que tento juntar
Até formar um assoalho de contentamento
Pra me consolar...

Margarida Cabral