domingo, 15 de julho de 2012

ASSOALHO DO VENTO




Queria eu vê o assoalho do vento
Ir ao teu encontro
Sair por aí...
Sem rumo certo
Tentando ti encontrar
Sentindo os arrepios pelo caminho
Se deslocando pra lá e pra cá
No inverno
No verão
No outono
Na primavera
Ou então no rio ou no mar
Nas flores do campo que desabrocham quanto vento açoita
Sentir a pele coberta de folhagem
O sopro no meu ouvido
Não sei se é da montanha ou do mar
Só imagino o vento passar
Articulando os dias entre o hoje e o amanhã
Sopra, sopra vento deixa este assoalho chegar...


Margarida Cabral

Ferrugem

Ferrugem: O medo que há aqui dentro
é o escuro que há la fora,
lugar sem nenhum centro
de cercado que me deixa ir embora.

Quintais de ventania  - sóbrio varal,
balançam vestes sem arremedo,
quaram folhas. Vidraças de cristal
num horizonte de acordar cedo.

Vagalumes não escondem, gris,
o véu da noite que cai em prata.
E nessa sina irremediável de ser feliz

não há segredo, apenas fé inata.
São desejos, marcas do que eu quis,
súplicas de fel, lágrimas de lata.

Compartilhando de Tecer Palavras

Amor Eterno


sábado, 14 de julho de 2012

CANTO

Cante alegria
Cante ao luar
Cante a nostalgia
Cante o olhar
Cante o riso
Cante o rio
Cante o mar
Cante a luz
Cante a fonte
Não  deixe  apagar
Cante a flor
Cante a rosa
Cante o lírio
Cante a montanha
Cante o monte
Cante os animais
Cante a natureza
Não deixe de se inspirar
Seja um ser viajante
Não fique  abelgado no seu ninho
Saia pra cantar...

Margarida Cabral

sexta-feira, 13 de julho de 2012

quarta-feira, 11 de julho de 2012

OUSADIA


Você é você
Quanta incerteza em cada olhar
De caminhos partidos
Que se perderam nos desencontros
De avenidas ou ruelas
Que ficaram em tempos  sóbrios
De firmes afetos atenuados pelo tempo
Quanta desilusão não inserida no contexto  da paixão
Que se perderam com o tempo no mar da desilusão
Que se expuseram ao relento de solidão
Sem agregar algemas de compaixão
Continuando no firme propósito do bem querer
Sem jamais dizer não ao medo do fazer
Criando espaços ilusórios que vagam no caminhar
De credos antigos e novos que sopram ao vento da imaginação
Reencontrando o equilíbrio de esperanças que ecoaram ao relento
Buscando exalar o tédio que ora impera sem se agregar no seu pensar
Retórica longínquas que tentamos eclodir
Do casuísmo  que se enlaçam que nos impede  de seguir

Margarida Cabral

CRENÇA DE VIDA

Queria acreditar no tempo
Na sorte
Queria acreditar no amor
Queria ter  pensamentos sóbrios sem desamor
Percorrer estradas , encontrar caminhos e chegar a uma flor
De pétalas brancas com tranquilidade e esperança
Queria ir de encontro ao rio como se fosse um espelho
Fitaria minha face sem  rasuras da idade
Queria ser um pássaro e sair em revoada
Atravessar o céu azul sem obstáculos
Queria ser uma  nuvem a se destacar no infinito
Percorrer o mundo e encontrar um paraíso...

Margarida Cabral

segunda-feira, 9 de julho de 2012

MEU CANTINHO



É o sonho e a realidade este é o meu cantinho, onde deixo meus pensamentos
sólidos de vivência, lembranças e saudades.


Margarida Cabral

sábado, 7 de julho de 2012

Retrato



Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
A minha face?

quinta-feira, 5 de julho de 2012

ENCANTAMENTO

Encantamento 
Se encante com um novo dia
Se encante com um  olhar
Se encante com um sorriso
Se encante com você
Se encante com um amigo
Se encante com um amor
Se encante com a chuva
Se encante com a lua 
Se encante com o sol
Se encante com a brisa
Se encante com uma flor
Seja plausível com teus encantos
Que eles se transformam em amor...

Margarida Cabral

quarta-feira, 4 de julho de 2012

AMOR

Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?


Fernando Pessoa

domingo, 1 de julho de 2012

VISÃO INTERIOR

Sai busca
Afligi, atiçar
Caminhar sem rumo
Encontrar o elo do tempo
Sem fugir do propósito do vento
Que  destempera  o clima
Sem saber quando vai florar
Seja ao relento
Seja ao luar
Seja na montanha 
Seja no mar
Caminha no teu íntimo
Revendo com clareza o teu interior
Dá uma pausa no tempo mais não esquece do amor
Que flui entre pedras e geleiras
E transborda com glamour


Margarida Cabral