sexta-feira, 21 de agosto de 2015

VENTO

Vento 



Soa vento,  vai tempo
Se espelha em nalgum lugar
Chora relampeja escoa as lágrimas
Que tange em reluzente cristais
Lumia o corpo deixando invadir a alma
Como uma poça d'água 
A jorrar na lenda do aço
Que causa temor a superar o cansaço
Aglutina sabores sem temores
Resguarda o entulho sem vacilo
Limpa a lamparina sem esquecer a caldeira
Recolhe os dedos pra não se queimar
E deixa o horizonte clarear
Que a dádiva do tempo entorne e venha a vingar.











       Margarida  Cabral - todos direitos reservados







terça-feira, 28 de julho de 2015

SABERES


Sabe,  sei
E então o que direi
Na neblina do tempo atropelo o vento
Acaricio os saberes
Nesta soberania do sabe,  sei
Citações daqui outras acolá
Se desliza entre os dedos feito fardos de saberes
Escalando a vertente do penhasco
Sem submergir ao disfarce do tempo
Ress
urgindo a cada amanhecer
Ao brilho do sol a colorir os saberes
Que resistem ao cansaço do caminho
De tantas idas e vindas que não romperam o laço
Nada foi perdido nem iludido
Tudo se transforma num leque de luz



         Margarida Tinoco Cabral

segunda-feira, 27 de julho de 2015

SORRISO


Ria de mim
Ria do tempo sem acalentar
Se vista de risos até gargalhar!
De voltas ao vento e faça o riso transpirar
Não solte o remo veja o mar
Sinta a onda se envolva com a espuma
Deixe o riso se soltar
Entre no barco sinta o velejar
A suavidade das ondas deixe -se balançar
Abra um sorriso
Aperte as mãos
Veja um nevoeiro caminhando em sua direção
Sinta a solidez
Pise bem forte no chão
Acaricie o vento com o riso do coração.

          Margarida Tinoco Cabral


quinta-feira, 9 de julho de 2015

ÂNCORA DO TEMPO


                                                     







Não sei se canto
Encanto! Deslizo no olhar
Cativo ordeiro a pestanejar
Agito do tempo girassol
Névoa branca reluzente parece um farol
Que Lumia a entrada do jardim
A transbordar rosas, pinheiros e jasmim
Em busca de um acalanto só pra mim
Respinga o tempo
Respinga o olhar
Vejo aquela nuvem
Que rasteja o caminhar
Ancorando o tempo que desliza entre os dedos
Feito papel sanfonado
Que vai se espreguiçando até distanciar do passado
Corre tempo, corre dia
Tira do meu peito essa agonia
Deixa a âncora do tempo fazer parte desta magia...

                                                                Margarida Tinôco Cabral










terça-feira, 30 de junho de 2015

TRAÇO

TRAÇO
Traço tempo traço vento
Lembro do trigo
Que aflora o solo
Colo amigo que acalma
Acalanta o ser
No respingo da ladeira
Saiu a deslizar
Esbarrando no crepúsculo
Sem ser empecilho de florescer
Me desnudo com a relva
A florir o coração
Fazendo massagens sem ser miragem
Atenuando o tempo de cada passagem
A colorir o além do amanhã.
   

      Margarida Tinoco Cabral






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quarta-feira, 10 de junho de 2015

REBENTO

REBENTO
Vai caminha se desliza pelo tempo
Tal qual o vento não retornas mais
Acaricia cada passagem
Tudo parece uma miragem
Mas o rebento dos anos se agregam
Transpassa a ventania
O entorno é só harmonia
A gotejar no telhado que não se fragilizou
São gotas cristalinas a memorizar a linha do tempo
   Margarida Tinoco Cabral

quarta-feira, 3 de junho de 2015

ANOS VIVIDOS

 Anos que passam acalenta o meu ser
Entre névoa e canteiro caminho sim
O tempo vai se gastando e ficamos a assimilar
Não é só um nevoeiro são fios de luzes que acendem a cada passagem
De vida
De caminhada
De encontros
De desencontros
De saberes assimilados e dissipados
Tentamos ajustar o tempo pra não desgastar
Atenuando cada passagem como um canteiro de rosas aproveitando o momento do desabrochar das rosas
É como fosse o florir da juventude
Que vai se exaurindo com o cai das pétalas
Revitalize o tempo a cada manhã
Respire profundamente sentindo o aroma de um novo dia
Agarre a garça pela manhã
E viva o tempo sem desperdício!





Margarida Tinoco Cabral

Olhar interior