Mansidão do tempo

 Mansidão do tempo 

Olha o dia manso que acorda você 

Sinta aquele aperto no peito 

Desperte para o dia 

Deixe o viver percorrer cada instante 

Não só o coração, mas as veias 

Um dia a gente aprende a se olhar 

Um dia a gente aprende a se ouvir 

A desenhar o que se quer 

Vivenciar o amor 

Buscar o bem-querer 

Sem obstáculos a nos atingir 

Os queixumes não podem ser os mesmos 

Se enalteça com a alegria que desperta na aurora do dia

A ti fazer companhia 

Trazendo aquela mistura de amor e paz

Que te faz tão bem 

Mergulhe no oásis do tempo 

Troque as vestes não somente as aderidas ao corpo, mas a d'alma 

Refresque os pensamentos 

Sinta a chuva da esperança 

Que relampeja no vale das ideias 

Embebendo a nuvem do tempo de contentamento 

Respingando a cada amanhecer 

Margarida Cabral 

Passagem

 Passagem 

Visto-me 

Sinto-me

Vejo -me 

Abraço-me 

Na passagem de cada dia 

Sigo levando euforia 

Por onde for

Seja em casa

Na praça 

Na porta  da rua

Ou até no quintal 

Se vista de alegria 

Deixe transparecer a alegoria 

De amor

De paixão 

Se encha de  graça 

Deixe a vertente de contentamento fazer parte de você 

Dose cada momento 

Com a luz do dia

Com o escurecer do anoitecer 

E desperte no amanhecer 

Com o orvalho de alegria 

Fazendo parte do viver

Margarida Cabral 

Momentos

Momentos 

No sobressalto interior 

Delírio atemporal 

Da fogocidade corriqueira                Deixando  escorregar pela ladeira 

Os queixumes 

Palavras soltas que ferem aos ouvidos 

Sem ter a ausculta do coração 

São dramas do momento 

Que escoam rua afora 

Sem aflição 

Se albergando ao vento 

Sem sentir a plumagem do tempo

Escorregam pela estrada 

Indo de encontro ao riacho

Para dissolver as mazelas 

Trazendo solicitude ao viver 

Margarida Cabral 

 

 

Seja você

Seja você 


Por onde tu andares 
Caminhas consigo 
Refloreça de dentro para fora
Marque o teu caminhar com pétalas de rosas 
Valorize-se a cada passagem 
Admire cada momento 
Olhe para o céu e dê uma espiada nas nuvens de algodão 
Que causa inspiração 
Se veja não só no espelho
Enxergue o teu interior 
E faça reflexões 
O que sou
O que quero 
O que a vida brotou pra mim
Foi um florescer de rosas
Ou uma coroa de espinhos 
Caminhas com as rosas 
Atravesse os espinhos transpondo as dificuldades 
A vida nem sempre é um mar de esperança 
Nas dificuldades se sobressaem os ensinamentos 
E segue o teu caminhar 
Distribuindo solidez e esperança 
Por onde passares 
Cultivando o bem-querer 

Margarida Cabral 



 

Delírio

 Delírio 

Chama acesa 

Névoa 

Lampião 

Acordes no coração 

Crença 

Acredita novamente 

Zelo

Esperançoso 

A contemplar o dia

Neblina da manhã 

Coberta de orvalho 

Desperta com o agasalho ao vento 

Plumagem cristalina 

Perfume a evaporar 

Lareira aquecida 

Temperatura ambiente 

Na queimagem pelo sol

Brilho tal qual ao farol 

Irradia a estrada 

No luminar do horizonte 

Beirando a encruzilhada 

Sem sair do caminho 

Margarida Cabral 

Lembranças

 Lembranças 

O cultivo do tempo 
Parece que não passa 
Os anos são devorados com sua passagem 
Mas os sentimentos incutidos permanecem 
A semear gratidão do tempo vivenciado 
Continua a brotar flores 
No mesmo jardim com o florescer a se renovar 
Que lumia o olhar
Dando brilho em vários tons
As nuances se encontram em várias cores 
Que reflete  o olhar 
De rosas brancas, rosadas, vermelhas e mescladas
A colorir as vistas com ternuras e saudades 

"A minha mãe Lídia que está no plano de Deus "

Margarida Cabral 

 

Néctar da vida

 Néctar da vida 

O viver ultrapassa o vento 

Se delicie a cada instante 

Fazendo um novo dia renascer 

Dando evolução ao teu ser

Que vive a desbravar o teu interior 

Destilando o néctar da vida 

A embelezar o rosto 

Priorizando cada gotícula caída 

A molhar o corpo 

E se dissipar pelo assoalho do tempo

Na germinação de bons fluídos 

A enriquecer a vivência 

Espalhando fragrância de benevolência 

Ao corpo e espírito 

O somatório de cada etapa da vida 

Tornar-se um florescer diário 

Saboreando novas páginas com desenvoltura                           

Exaltando o movimento a cada passagem 

Na evolução do primor da existência 

 

 

Margarida Cabral