quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Disfarce


Disfarce 


Desço a ladeira 
Esqueço da escada
No resguardo de cada dia
Piso em cada degrau 
Cauteloso 
Ligeiro 
No reencontro do tempo 
Sinto o gotejo da chuva molhar as ideias
Cortando os cabelos 
Belo disfarce 
De gestos 
Dos gostos 
Da sabedoria que acende feito chuva de verão 
Sem destravar o tempo 
Na constância da imaginação 
Acariciando o  corpo com os raios da manhã 
Ilusão 
Satisfação 
Gruta de segredos 
No temperar do tempo dando continuidade ao viver

Margarida Cabral 



domingo, 25 de julho de 2021

Lugar

 

Lugar



Vilarejo do tempo que ancora em algum lugar

Faz em mim uma vertente de pensamentos 

Transformando os momentos em solidez 

De ilusão 

Dando mãos a satisfação 

Podendo ir além do imaginário ao real

Sem causar dissabor 

Do presente ou passado 

Entranhado istmo que acende  o caminho do coração 

Sem ter cara de  vilão 

No complemento de cores que renova os sentidos 

Com clareza de amores cristalinos 

Atenuando a compaixão 

De cara limpa e cristalina 

A reluzir na floração de cada dia

Sem disfarce  ou agonia

Até ir de encontro ao sonhado cobertor 

Que não  cubra somente  as orelhas 

Mas se arraste pelo corpo inteiro como um jardim de flores 

Inalando seus perfumes que se ramifica na correnteza do amanhã 

Despertando a crença escondida no assoalho do coração 




Margarida Cabral

sábado, 10 de julho de 2021

Recanto


Recanto 


Guardo no tempo a alusão do amanhã 
Sereno ,calmo  sem enfado 
Luz que acende como raio de cristal
Aprimorando o brilho sem igual 
No canto da sala
No tabuleiro do quintal 
Incendiando os pensamentos 
No calor das ideias 
Do degrau
Das portas abertas
Pra luz da lua
Sem veste ... nua 
Acalento sincero me faz respirar 
No discípulo do tempo 
Na lucidez do agora
Claridade do amanhã 
Ressurgi no canteiro 
A saborear a sombra da gentil moringa 
Regozijo com o cantar dos pássaros 
A orquestrar o cotidiano 
Com sua sinfonia eufórica 
Bem-dizendo o viver 



Margarida Cabral 










sábado, 19 de junho de 2021

Veleiro

 Veleiro 




Âncora que prende os pensamentos 
Que podem ir a nalgum lugar 
Seja no canteiro da praça 
No meio da rua ... no jardim  do coração 
Deixa se espalhar 
Na moldura do espelho 
À lumiar a passagem 
Dando gosto de viagem
Deixa o tempo passar 
Na magnitude da manhã 
No entardecer  renovado
 No  silenciar noturno
Tendo a pureza das ideias 
Que tramitam em contos de fadas 
Fazendo pouso no coração 
Canteiro noturno que alberga tantos sonhos
Deixa a noite passar e transpor o aconchego da manhã 
Sentir o cintilar do dia com o clarão do sol
 Suavizando de leve o rosto sem causar desgosto 
Aglutinando  alegria  

Margarida Cabral 








quarta-feira, 9 de junho de 2021

Ser você


 Ser você 


Encare o tempo 

Sinta o sorriso escorrendo  pelo  rosto brando 

Com o assoalho de contentamento 

Se ampare de ternura 

Frutificando o coração com o que há de bom

Ilumine a áurea da vida

Com cores  vibrantes 

Que enalteça   cada passo 

Sinta o teu viver por inteiro 

Cada gotículas de benevolência só fazem bem

Afagando a alma e o espírito 

Trazendo calmaria ao cotidiano

Se encante com você 

Com seus erros ou acertos

Deslize sobre os degraus que a vida lhe deu

Valorize-os 

Deixe a liberdade fluir 

Atente para a luz que ilumina o teu coração 

Alimente-a com suspiros esperançosos 



Margarida Cabral 

 


 

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Caminhada


 Caminhada


Cântico do tempo 

Que sopra  indo de encontro ao vento 

No respirar pela caatinga 

Sem disfarce 

Arrebito de momentos 

Na neblina da memória a se renovar a cada  manhã 

Caminhando no declínio da estrada

Galgando cada passada como se fosse a primeira 

Diante do conflito interior

Que vai se alojando no peito 

Até se arrepiar de tanto amor 

Como se fosse uma miscelânea de  chocolate e morango 

Dando seletividade ao viver

De emoções 

Do agito do coração 

No empoderamento da caminhada

Sem perceber a exaustão 

Suspira o ar na inquietude da alma 

Não cai uma  lágrima 

No recanto da paixão 


                         Margarida Cabral 


quarta-feira, 19 de maio de 2021

Canto de mim


 Canto de mim


Labutando segue o teu tino 

Com  fantasia de menino

No garripar da estrada ensolarada 

Sem desvio dos atropelos 

Chutando uma pedra aqui outra acolá 

Seguindo na direção da batida dos pés 

Cai e levanta sem tanta tormenta 

Tudo segue teu curso até com uma certa cadência 

De livre escolha 

Das divisões 

Do livre pensar

No cadente caminho 

Sinto a floração logo ali

A encantar a beira da estrada 

Com entoada dos cantos de passarinhos 

A se deslumbrar  na paisagem 

Que fito feito miragem 

Na nuance do coração 

Que fica tão pequenino 

No semblante de cada estação

De risos

Choros 

Até chegar o verão com alegria no coração

         Margarida Cabral 


Olhar interior