Caminhada
Cântico do tempo
Que sopra indo de encontro ao vento
No respirar pela caatinga
Sem disfarce
Arrebito de momentos
Na neblina da memória a se renovar a cada manhã
Caminhando no declínio da estrada
Galgando cada passada como se fosse a primeira
Diante do conflito interior
Que vai se alojando no peito
Até se arrepiar de tanto amor
Como se fosse uma miscelânea de chocolate e morango
Dando seletividade ao viver
De emoções
Do agito do coração
No empoderamento da caminhada
Sem perceber a exaustão
Suspira o ar na inquietude da alma
Não cai uma lágrima
No recanto da paixão
Margarida Cabral